São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2008

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TOSTÃO

Coisas boas e ruins


O Brasileirão teve equilíbrio, emoção, técnicos, jogadores e árbitros bons e medíocres, além de evoluções táticas

OS MELHORES do Brasileirão não são necessariamente os melhores. Estiveram melhores na maior parte do campeonato.
A minha seleção é formada por Rogério Ceni; Victor, André Dias, Thiago Silva e Juan; Willian Magrão, Hernanes e Ramires; Alex, Guilherme e Keirrison.
Vários outros jogadores também foram destaques, como os goleiros Fábio e Victor, os alas Jorge Wagner e Leonardo Moura, os zagueiros Miranda, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Réver, os volantes Marquinhos Paraná, Fabrício, Guiñazu, Rafael Carioca, Ibson, Arouca e Jean, os meias Tcheco, Paulo Baier, Wagner, Lúcio Flávio, Renan Oliveira, Marquinhos, Hugo e Diego Souza, e os atacantes Kléber, Kléber Pereira, Nilmar e Alex Mineiro. Certamente, esqueci de alguém.
Como esta seleção está escalada para jogar e vencer, e por ter dois zagueiros, dois alas e dois armadores que atacam bastante (Hernanes e Ramires), prefiro o volante Willian Magrão a mais um meia. Poderia ser também um terceiro zagueiro.
O esquema tático com dois zagueiros, dois laterais, dois volantes e dois meias livres e próximos de dois atacantes, que era tradição no Brasil e que ainda é usado para eleger os melhores do campeonato, já foi abandonado há muito tempo na Europa e é hoje pouco utilizado pelos clubes brasileiros.
Hernanes foi o craque, e Keirrison, a revelação, apesar de já ter brilhado no ano passado, na segunda divisão.
Considerando a colocação na tabela, o custo e a qualidade do elenco, escolho Celso Roth para treinador.
Renê Simões merece um voto especial. Parte da imprensa não deveria rotulá-lo de mais um técnico motivador, de frases feitas e contador de fábulas. Renê é muito mais que isso. Além de bons conhecimentos técnicos e táticos, Renê é um treinador com uma ampla visão do mundo e das pessoas, sensível e sem a prepotência de outros técnicos.
É preciso ter treinadores como Renê para contrabalancear outros, como Renato Gaúcho.
Após o jogo contra o Coritiba, o técnico do Vasco disse que foi a vitória da inteligência de um técnico. Parei!
Não sei quem foi o melhor árbitro. Sei apenas que todos são ruins para marcar faltas e pênaltis.
Os que marcam poucas faltas, como Leandro Vuaden, erram menos que os que marcam muitas, como quase todos os outros.
Na parte tática, foi quase o fim do volante-zagueiro, que não sabe jogar na zaga nem no meio-campo.
Quase todos os times que atuaram com uma linha de três defensores tinham três autênticos zagueiros. Com isso, os volantes passaram a jogar no meio-campo, com a obrigação de defender, armar e atacar. Deveriam ser chamados de armadores, e não de volantes. Espero que os técnicos das categorias de base percebam essa evolução.
O Flamengo, dirigido pelo jovem e moderno Caio Júnior, foi a única das principais equipes que jogou, sem necessidade, com três zagueiros e mais um volante-zagueiro (Toró ou Ayrton). São quatro defensores, quase sempre juntos pelo meio.
Raríssimas vezes, vi a burra marcação individual em todo o campo e sem respeitar o setor, que estava na moda anos atrás.
Ufa!


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