São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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POLÍTICA

Projeto de usar estrutura das Forças Armadas para o esporte foi criado por antecessor para atingir 102 municípios

Ministro recicla FHC com idéia de quartel

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto de abrir as portas das Forças Armadas para a formação de novos atletas, que o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, anunciou que levará adiante, é uma versão reduzida do criado por Lars Grael, secretário nacional de Esporte do governo FHC.
De acordo com a assessoria do iatista, que acaba de assumir em São Paulo o comando do esporte na segunda gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), pelo menos 102 municípios brasileiros seriam beneficiados pelo acordo com as Forças Armadas. O novo governo, no entanto, fala em 36.
Na contabilidade de Grael, 77 ginásios, 309 campos de futebol, 246 de futebol society, 164 pistas de atletismo, 515 quadras poliesportivas, 83 de tênis, 102 piscinas e 115 quadras de areia ficariam à disposição de crianças e jovens carentes cadastrados no projeto.
Mas, segundo o Ministério do Esporte, devido a restrições orçamentárias, estes números devem ser revistos e reduzidos em dois terços. O orçamento do Esporte para 2003 é o menor de todos os ministérios do governo Lula -cerca de R$ 353 milhões.
Tanto o Ministério do Esporte quanto o da Defesa não souberam precisar quais seriam os municípios beneficiados pelo programa bem como as unidades do Exército, Marinha e Aeronáutica que cederão sua estrutura para formar novos atletas.
Em dezembro, ao assinar o Termo de Cooperação Técnica para Implementação do Programa Forças no Esporte, Grael anunciou que R$ 300 mil estavam reservados para o projeto em 2003.
Cabe à pasta de Agnelo alocar os recursos orçamentários às competições esportivas e militares, repassar os necessários ao desenvolvimento de cada núcleo a ser implantado, contratar técnicos especializados, fornecer material esportivo escolar, alimentar os participantes do programa e avaliar e acompanhar os atletas.
Ao Ministério da Defesa, cabe, entre outros, enunciar as unidades militares, de acordo com os recursos alocados pelo Ministério do Esporte, designar o coordenador do Núcleo, médicos, dentistas e enfermeiros que darão assistência aos jovens e propiciar alojamento para todos.
Cada núcleo militar deve ter capacidade para receber pelo menos cem esportistas, entre 10 e 17 anos de idade, oriundos de comunidades carentes. Deverão ainda oferecer pelo menos 3 das 15 modalidades esportivas previstas no programa: futebol, judô, taekwondo, atletismo, vela, hipismo, vôlei, esgrima, basquete, canoagem, remo, natação, tênis, tênis de mesa e handebol.


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