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FUTEBOL
Meia assina com Traffic compromisso de gerenciamento de imagem e pode fechar mais três patrocinadores pessoais
Kaká capitaliza assédio e vira Kaká S.A.
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Trajando terno Giorgio Armani,
oferecendo guaraná Antarctica e
sorteando uma chuteira Adidas
para os presentes, o jogador Kaká
apresentou ontem, em evento em
São Paulo, um ambicioso plano
que profissionalizará a relação entre sua rentável estampa e sua meteórica carreira nos gramados.
Há algum tempo o mais badalado jogador do futebol brasileiro, o
meia são-paulino, 20 anos de idade e dois de profissionalismo, resolveu capitalizar melhor o seu
carisma e assinou contrato de gerenciamento e comercialização de
imagem com a Traffic, empresa
de marketing esportivo.
O precoce pentacampeão mundial e atual artilheiro do Campeonato Paulista, enquanto não estiver em campo marcando gols bonitos e empurrando o São Paulo
para vitórias, emprestará à Traffic
sua imagem de garoto vencedor:
na hora de fechar contratos de patrocínio e propagandas, na administração de seu website, em suas
iniciativas sociais e na criação de
uma marca com seu nome.
Vale a correção. A imagem de
Kaká não pertence ao jogador. A
figura do atleta está atrelada à Kaká Marketing, empresa comandada pelo pai do jogador, Bosco
Izecson Pereira Leite, e seu procurador, Wagner Ribeiro.
É com a Kaká Marketing, então,
que a Traffic firmou contrato.
"Procuramos a ajuda profissional da Traffic porque estávamos
perdendo o controle. Meu pai e o
Wagner não estavam dando conta", declarou Kaká, que recebe
2.000 cartas por mês de fãs, dezenas de convites sociais e um número grande de assédios para
campanhas publicitárias.
"A Traffic vai trabalhar fazendo
um papel de filtro, para que somente em seguida eu analise os
convites que apareçam."
De saída, a Kaká Marketing
transferiu para a Traffic, segundo
a Folha apurou, a incumbência de
analisar três novos contratos de
patrocínio para o atleta de ouro
do Morumbi que podem ser fechados nos próximos dias: com
uma empresa de telefonia celular,
uma marca de automóvel e uma
firma de produtos alimentícios.
Esses viriam se somar aos vigentes compromissos de Kaká
com a Adidas (material esportivo), com a grife Giorgio Armani e
com a empresa de bebidas AmBev. Mas toda essa movimentação marqueteira, garante Kaká, é
exatamente para deixá-lo tranquilo para jogar.
"Minha prioridade, claro, é o futebol. Nada dessa preocupação
com a imagem adiantará se eu
não estiver bem em campo. Essas
coisas extracampo [gravação de
comerciais, iniciativas sociais] terão que se encaixar na minha rotina de jogos e treinos", lembrou.
O projeto Kaká S.A. é similar ao
que a Traffic já faz desde dezembro passado com o jogador Ronaldo, do Real Madrid. Mas o planejamento inicial de marketing
com Kaká, que o difere do de Ronaldo, terá um alcance nacional.
"Tenho meu contrato com o
São Paulo [até o final de 2005] e
meu trabalho com as Nações Unidas [combate à fome], que é de
atuação apenas no Brasil. Meu
projeto de vida é jogar na Europa,
mas ainda vai demorar", afirmou
o atleta, sinalizando que fica no
Morumbi ainda por um tempo
-se uma proposta milionária
não chegar ao São Paulo.
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