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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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FUTEBOL

Meia assina com Traffic compromisso de gerenciamento de imagem e pode fechar mais três patrocinadores pessoais

Kaká capitaliza assédio e vira Kaká S.A.

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Trajando terno Giorgio Armani, oferecendo guaraná Antarctica e sorteando uma chuteira Adidas para os presentes, o jogador Kaká apresentou ontem, em evento em São Paulo, um ambicioso plano que profissionalizará a relação entre sua rentável estampa e sua meteórica carreira nos gramados.
Há algum tempo o mais badalado jogador do futebol brasileiro, o meia são-paulino, 20 anos de idade e dois de profissionalismo, resolveu capitalizar melhor o seu carisma e assinou contrato de gerenciamento e comercialização de imagem com a Traffic, empresa de marketing esportivo.
O precoce pentacampeão mundial e atual artilheiro do Campeonato Paulista, enquanto não estiver em campo marcando gols bonitos e empurrando o São Paulo para vitórias, emprestará à Traffic sua imagem de garoto vencedor: na hora de fechar contratos de patrocínio e propagandas, na administração de seu website, em suas iniciativas sociais e na criação de uma marca com seu nome.
Vale a correção. A imagem de Kaká não pertence ao jogador. A figura do atleta está atrelada à Kaká Marketing, empresa comandada pelo pai do jogador, Bosco Izecson Pereira Leite, e seu procurador, Wagner Ribeiro.
É com a Kaká Marketing, então, que a Traffic firmou contrato.
"Procuramos a ajuda profissional da Traffic porque estávamos perdendo o controle. Meu pai e o Wagner não estavam dando conta", declarou Kaká, que recebe 2.000 cartas por mês de fãs, dezenas de convites sociais e um número grande de assédios para campanhas publicitárias.
"A Traffic vai trabalhar fazendo um papel de filtro, para que somente em seguida eu analise os convites que apareçam."
De saída, a Kaká Marketing transferiu para a Traffic, segundo a Folha apurou, a incumbência de analisar três novos contratos de patrocínio para o atleta de ouro do Morumbi que podem ser fechados nos próximos dias: com uma empresa de telefonia celular, uma marca de automóvel e uma firma de produtos alimentícios.
Esses viriam se somar aos vigentes compromissos de Kaká com a Adidas (material esportivo), com a grife Giorgio Armani e com a empresa de bebidas AmBev. Mas toda essa movimentação marqueteira, garante Kaká, é exatamente para deixá-lo tranquilo para jogar.
"Minha prioridade, claro, é o futebol. Nada dessa preocupação com a imagem adiantará se eu não estiver bem em campo. Essas coisas extracampo [gravação de comerciais, iniciativas sociais] terão que se encaixar na minha rotina de jogos e treinos", lembrou.
O projeto Kaká S.A. é similar ao que a Traffic já faz desde dezembro passado com o jogador Ronaldo, do Real Madrid. Mas o planejamento inicial de marketing com Kaká, que o difere do de Ronaldo, terá um alcance nacional.
"Tenho meu contrato com o São Paulo [até o final de 2005] e meu trabalho com as Nações Unidas [combate à fome], que é de atuação apenas no Brasil. Meu projeto de vida é jogar na Europa, mas ainda vai demorar", afirmou o atleta, sinalizando que fica no Morumbi ainda por um tempo -se uma proposta milionária não chegar ao São Paulo.


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