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OLIMPÍADA
Ao divulgar balanço da Lei Piva, presidente do COB repete discurso da posse e pede mais dinheiro para obter resultados
Após 9 anos, Nuzman quer tempo e verba
DA REPORTAGEM LOCAL
E DA SUCURSAL DO RIO
Dinheiro e oito anos de trabalho. Quando assumiu a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro, em 1995, foi isso que Carlos
Arthur Nuzman afirmou ser necessário para transformar o país
em uma potência esportiva.
Ontem, na demonstração da
aplicação dos recursos da Lei Piva, no Rio, o dirigente comemorou os quase R$ 47,5 milhões que
sua entidade recebeu em 2003.
Também celebrou o crescimento recorde do números de atletas.
Só que continuou pedindo recursos e tempo para que os resultados significativos apareçam.
"Temos que considerar que o
tempo de amadurecimento de
um trabalho leva de oito a 12
anos", disse Nuzman, em discurso semelhante ao que inaugurou
sua gestão na entidade.
Oito anos, aliás, foi o período
que o dirigente pediu em junho de
1995, quando assumiu o comando do COB. A diferença é que, naquela época, o dirigente estimava
que os gastos com a delegação para os Jogos de Atlanta no ano seguinte seriam de R$ 3 milhões.
A verba viria do Indesp (Instituto Nacional do Desenvolvimento
Desportivo), braço operacional
do Ministério Extraordinário dos
Esportes, que acabou extinto, e de
patrocinadores do comitê.
O COB também era beneficiado
com a arrecadação de testes da
Loteria Esportiva. Dois rateios
acumulados renderam R$ 90 mil.
Agora, apesar de o percentual
obtido com as loterias em 2003 ter
alcançado valores superiores ao
registrado em 2002, o presidente
considera a quantia ainda insuficiente. "Estes recursos atendem a
cerca de um terço do custeio do
esporte olímpico no Brasil. É importante prosseguir na luta pelo
incentivo fiscal ao esporte."
Aprovada em julho de 2001, a
lei, que leva o nome do ex-senador Pedro Piva (PSDB-SP), destina 2% da arrecadação das loterias
da Caixa Econômica Federal ao
COB e ao Comitê Paraolímpico.
Dez por cento foi para o esporte
escolar, e 5%, para o esporte universitário. O restante, R$ 47,5 milhões, ficou com o COB, que fez a
distribuição de R$ 27.850.782,76
para 27 modalidades.
O valor é 46,2% superior ao do
montante recebido em 2002 (R$
19.099.601,69), crescimento superior ao do número de atletas registrados pelas federações e repassado ao COB foi ainda maior.
De 2002 até 2003, houve um incremento de cerca 6%, contabilizando o alto rendimento e a base.
Em 2002, existiam 426 mil atletas
filiados às federações. Agora o número alcança 455 mil.
Mesmo com o volume da verba
crescendo mais rápido que o de
competidores, as confederações
precisaram utilizar mais R$
2.120.037,28 que foram antecipados da receita de 2004.
Nuzman festejou os números e
destacou o crescimento nas regiões Norte (26,3%), Nordeste
(36,4%) e Centro-Oeste (24%).
"Este é um dado impressionante. Prova que se está investindo na
base. É desse trabalho de base que
saem os atletas que representam o
Brasil em competições no exterior", disse o presidente do COB.
Recursos de mais
Apesar de Nuzman ter declarado que os recursos da Lei Piva ainda são insuficientes para o esporte
brasileiro, algumas confederações
não conseguiram gastar o montante que receberam em 2003.
No total, sete entidades terminaram o ano com dinheiro das loterias acumulado no caixa -Desportos Aquáticos, Desportos na
Neve, Handebol, Judô, Levantamento de peso, Taekwondo e Vôlei. A soma do dinheiro não utilizado resulta em R$ 856 mil.
O caso mais emblemático ocorreu com o levantamento de peso.
A confederação ainda possui
46,3% dos recursos que tinha para
utilizar no ano passado, o que
equivale a mais de R$ 390 mil.
Em 2002, a modalidade já havia
acumulado 48,7% da verba que
poderia utilizar. Para 2004, a previsão é que a parte do levantamento de peso na divisão da receita caia de 1,5% para 0,5%.
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