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VÔLEI
O império italiano
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A Itália começa a revelar o
perfil da sua seleção, que
nesta temporada irá tentar conquistar o quarto título consecutivo no Campeonato Mundial, em
setembro, na Argentina. O time já
tem lugar reservado na história
como o único que conseguiu ganhar três títulos mundiais seguidos no vôlei masculino.
O técnico Andrea Anastasi divulgou a lista dos 22 atletas inscritos para a Liga Mundial e, possivelmente, para o Campeonato
Mundial. A surpresa foi a convocação de Ferdinando De Giorgi,
espécie de talismã da equipe. Ele é
um exemplo de longevidade: tem
41 anos e participou das três conquistas anteriores.
Em 1990, quando a Itália ganhou o primeiro título mundial,
De Giorgi foi companheiro de seleção de Anastasi, que na época
era atacante. Atualmente, ele
exerce no Cuneo, time da série
principal do Campeonato Italiano, a mesma dupla função do argentino Javier Weber, na equipe
da Unisul. É levantador e técnico.
De Giorgi, o atleta mais velho a
jogar atualmente em uma seleção
de ponta, disputará uma vaga
com três levantadores: Valério
Vermiglio, 26 anos; Pasquale Sottile, 23; e Dante Bonifante, 25.
Uma das surpresas foi a não convocação de Marco Meoni, 29, o levantador titular do time medalha
de bronze em Sydney.
Meoni pediu dispensa e alegou
razões pessoais. O levantador reserva na Olimpíada, Paolo Tofoli,
36, despediu-se da seleção no ano
passado. Resultado: a Itália pode
ter problemas nessa posição. Talvez esteja aí uma das razões para
a convocação de De Giorgi. Ele
pode passar experiência aos novos levantadores.
Mas De Giorgi não será o único
experiente do time. O atacante
Andrea Giani, 32, também esteve
presente nos três últimos Mundiais. Depois de uma temporada
fora da seleção para se recuperar
de contusões, ele está de volta junto com mais dois trintões: o central Gravina, 32, e o ponteiro Sartoretti, 31.
Comparada com o time que foi
à Olimpíada, a lista traz poucas
mudanças. Além de Meoni e Tofoli, apenas dois atletas que atuaram em Sydney não foram relacionados: Bracci, 36, e Gardini,
37. E o motivo foi o mesmo: decidiram se aposentar da seleção.
O certo é que, se quiser mesmo
registrar a façanha de mais um título mundial, a Itália terá de superar pelo menos três grandes seleções: Brasil, Rússia e Iugoslávia.
A tarefa não é nada fácil.
A lista dos convocados do time
brasileiro só deverá sair no dia
primeiro de abril. A base da seleção do técnico Bernardinho deverá ser novamente o Telemig/Minas, que no sábado mostrou mais
uma vez sua força. Venceu a Ulbra por 3 sets a 1 na decisão do título do turno e garantiu vaga nas
semifinais da Superliga Nacional.
O jogo não foi tudo aquilo que
se esperava: muitos erros dos dois
lados. No primeiro set, por exemplo, dos 21 pontos registrados pela
Ulbra, 11 foram de falhas do Minas. Só deu prazer de ver mesmo
a partida no quarto set, quando
as defesas dos dois times passaram a funcionar melhor.
No feminino, foi um fim de semana de surpresas. O Macaé, da
atacante Bia, surpreendeu o
BCN/Osasco, de Virna, com uma
vitória por 3 sets a 2. Mas o troféu
de honra ao mérito da rodada fica para o São Caetano, que foi a
Curitiba e derrotou o favorito Rexona, campeão do turno, por 3
sets a 1.
Retorno
O ex-atacante Jorge Édson, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona, está de volta ao vôlei. Ele é o novo assistente técnico do time
adulto feminino do BCN. A comissão técnica é comandada por José Roberto Guimarães, que tem como auxiliar Paulo Cocco. Jorge,
que parou de jogar há duas temporadas, vai trabalhar também no
time juvenil, que é dirigido por Cocco.
Japonês
O Toray, do brasileiro Axé, terminou a fase de classificação na liderança do Campeonato Japonês com quatro derrotas em 18 jogos.
Em segundo ficou a Nec, de Anderson, com a mesma pontuação,
mas desvantagem nos sets. O Suntory, de Gílson, acabou em quarto lugar. A fase final começa dia 15 com os quatro primeiros colocados. O Panasonic, de Nalbert, ficou sexto e não se classificou.
E-mail cidasan@uol.com.br
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