São Paulo, Quinta-feira, 04 de Março de 1999
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País expõe caos na África

da Reportagem Local

A Nigéria, pela segunda vez na década, pode perder um Mundial. Em 1995, praticamente pelas mesmas razões atuais, o país foi impedido de organizar o Mundial júnior.
No dia 11 de fevereiro de 95, quando faltava exatamente um mês para o início da competição, a Fifa determinou a troca de sede por falta de condições ideais no país africano. O torneio foi levado para o Qatar.
Há, porém, muitos outros casos que expõem a crise da Nigéria, que afeta o futebol de todo o continente.
As seleções européias, antes da Copa da França, boicotaram a seleção nigeriana, evitando amistosos, pelo fato de o país ferir os direitos humanos.
Temendo represálias por essa mesma razão, a Nigéria não disputou a Copa da África de 1996, na África do Sul. Esse boicote custou severas punições ao futebol nigeriano.
O país foi proibido de disputar a Copa da África de 1998, e a Fifa ameaçou não permitir sua seleção de disputar as eliminatórias para a Copa-98.
Nos últimos 15 anos, a Nigéria, que conseguiu a independência do Reino Unido em 1960, vem sendo dominada por militares. Nesta semana, foi eleito um novo presidente, Olusegun Obasanjo, que deve promover um governo civil.
Até pelo momento de transição política do país, o governo nigeriano ainda não garantiu apoio irrestrito ao Mundial.
A Nigéria, que em 1997 ocupava a 141ª posição no ranking de países em Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (ficou à frente de apenas 34 países, sendo 5 não-africanos), tenta abrigar a Copa de 2006.
O país apresentou candidatura para receber o segundo Mundial do século. Mas, como outros quatro países africanos tentam organizar a Copa, espera-se para abril uma unificação da candidatura continental em torno da África do Sul.
Os problemas para receber o Mundial júnior expõem as deficiências dos países africanos, que buscam pela primeira vez organizar a Copa.
A Nigéria ainda pode abrigar a Copa da África de 2000, pois Zimbábue, a sede original, abdicou de organizar o evento, por falta de condições. Egito e Marrocos também tentam receber o torneio. (RBu)


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