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FUTEBOL
Secretário-geral renova denúncias e pede uma investigação criminal
Fifa é caso de polícia, diz ex-braço direito de Blatter
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário-geral da Fifa, Michel Zen-Ruffinen, afirmou ontem em Zurique que a entidade
maior do futebol ""deve ser alvo de
uma investigação criminal".
Na reunião do Comitê Executivo, o ex-braço direito de Joseph
Blatter não o poupou de críticas e
de denúncias de corrupção.
Num dossiê de 30 páginas, Zen-Ruffinen acusa-o de malversação
dos recursos da entidade e de participação na tentativa de compra
de votos de pelo menos dois delegados -um africano e um caribenho- nas eleições de 1998.
"Não entrarei em detalhes, mas
há indícios de que pelo menos
dois votos foram comprados."
Na reunião do Comitê Executivo, que tem 24 integrantes, o secretário-geral acusou dois deles
de participação direta no processo de suborno a dois dos delegados que votaram em 1998, quando Blatter, braço direito de João
Havelange, sucedeu o brasileiro
na Fifa ao bater o sueco Lennart
Johansson. Blatter teria concordado com a operação.
Zen-Ruffinen disse ainda que a
conduta do presidente no processo de falência da ISL, ex-parceira
de marketing da Fifa, também deve ser investigada. A federação teria perdido mais de US$ 400 milhões com a quebra da empresa.
Durante a reunião, cinco dos sete vice-presidentes da Fifa pediram a renúncia de Blatter, que se
recusou a entregar o cargo -ele é
candidato à reeleição contra o camaronês Issa Hayatou, dia 29.
Um deles foi o sul-coreano
Chung Mong-joon. Segundo uma
das pessoas presentes ao evento,
que pediu para não ser identificada, o dirigente saiu no meio do
encontro e, além de dizer publicamente que a Fifa está perdendo
sua credibilidade, questionou sua
real situação.
A entidade teria feito empréstimos bancários superiores a US$
200 milhões, que espera bancar
com os lucros da Copa-2002. Só
que, como disse Mong-joon, "os
lucros são hipotéticos, ainda mais
agora que o grupo Kirch [detentor dos direitos de TV] quebrou".
Após a reunião, que durou 10
horas e quinze minutos, Blatter,
demonstrando abatimento, participou de uma coletiva de imprensa ao lado de Zen-Ruffinen. Em
seguida, o secretário-geral deu
mais declarações à mídia num hotel próximo da Fifa, mas sem a
presença da assessoria de imprensa da entidade, cuja participação
foi vetada pelo presidente.
Com agências internacionais
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