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Brasil enfrenta Peru hoje no pior momento de Luxemburgo
Inferno astral
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A LIMA
Vivendo o seu pior momento
desde que assumiu a seleção brasileira, em agosto de 1998, o técnico Wanderley Luxemburgo pretende reverter o inferno astral levando a sua equipe ao ataque hoje
contra o Peru, em Lima, às 17h15
(de Brasília), pelas eliminatórias
da Copa do Mundo-2002.
Os times estão empatados em
segundo lugar na chave sul-americana das eliminatórias -liderada pela Argentina, que recebe hoje a Bolívia em Buenos Aires.
Quatro seleções do continente
se classificam para o Mundial da
Coréia do Sul e do Japão e uma
quinta irá disputar repescagem
com representante da Oceania.
Será o terceiro jogo do Brasil no
torneio. Nos dois primeiros (empate sem gols com a Colômbia em
Bogotá e vitória por 3 a 2 sobre o
Equador em São Paulo), a seleção
esteve mal, pouco criativa e sem
entrosamento, consequência
principalmente do tempo escasso
de preparação.
As atuações apagadas se repetiram nos amistosos contra País de
Gales e Inglaterra, na semana passada, e, na volta ao Brasil, ao convocar os jogadores que atuam no
país, Luxemburgo se enrascou.
Primeiro, não relacionou Ronaldinho, cuja convocação o próprio técnico assegurara após o jogo contra o Equador.
Depois, viu seus poderes podados, ao ser obrigado pela direção
da CBF a adiar a apresentação de
jogadores. Choveram críticas,
vindas desde dirigentes de clubes
sentindo-se prejudicados com o
duplo discurso do técnico até setores da mídia que até então só
exaltavam o seu trabalho.
O meia-atacante Rivaldo saiu
em defesa do técnico. "Treinador
da seleção sempre recebe críticas.
Pouco a pouco ele vai fazer o seu
trabalho e quem o chamava de
burro, daqui a dois anos, vai dizer
que ele é o melhor", disse.
Por tudo isso, o técnico sabe que
uma derrota hoje, ou até mesmo
mais uma fraca atuação, poderá
piorar ainda mais a sua situação
para o próximo jogo, contra o
Uruguai, no Rio, onde direção e
torcida do Flamengo (que, contra
o Equador, pediu e não conseguiu
adiar a apresentação de Athirson)
prometem infernizar a sua vida.
Mesmo atuando fora de casa,
Luxemburgo optou por uma escalação ao gosto popular, com
mais criatividade no meio-campo
(Alex na vaga de Zé Roberto) e
uma dupla de ataque agressiva e
habilidosa, Edmundo e França,
que joga junta pela primeira vez.
O técnico sacou Vampeta, volante que auxilia na armação de
jogadas, para colocar César Sampaio, mais defensivo.
A seleção brasileira chegou a Lima anteontem à noite. Um forte
esquema de segurança acompanhou a delegação do aeroporto
até o hotel, onde os jogadores chegaram em meio a empurra-empurra e gritos de "Peru, Peru" de
cerca de cem torcedores que
aguardavam no local.
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