São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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Ronaldo é mais artilheiro do que nunca na seleção

Nos jogos que disputou pelo Brasil em 2004, atacante foi responsável por 62% dos gols do time, de longe seu melhor desempenho histórico com a camisa amarela

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Nunca Ronaldo pesou tanto na artilharia do Brasil como em 2004.
Com os três gols contra a Argentina pelas eliminatórias da Copa-06, o atacante é responsável por 62% dos tentos feitos pela seleção nas partidas em que esteve em campo a serviço de Parreira.
O número supera, por exemplo, o percentual de Romário em 1994. No ano do tetra, o artilheiro, hoje no Fluminense, marcou dez, assinalando 42% dos 24 gols que o Brasil fez quando ele jogou.
Nas vezes em que Ronaldo atuou em 2004, até o momento, a equipe nacional marcou oito gols, sendo cinco de seu maior astro.
Em seus dez anos com a camisa amarela o atleta nunca teve um naco tão grande na artilharia da equipe. Entre 1994, ano de sua estréia, e o ano passado, Ronaldo marcou 27% dos gols do time nos jogos em que entrou em campo.
"É o melhor atacante do mundo. E no Brasil ainda duvidam do talento dele", disse Parreira.
Realmente o treinador da seleção tem motivos para falar assim de seu principal atacante. Ronaldo é o maior artilheiro da terceira era Parreira -e, com seis gols, é também o goleador das eliminatórias sul-americanas.
Desde que voltou ao comando do Brasil, em 2003, Parreira viu o time marcar 17 vezes quando o jogador do Real Madrid esteve presente. Oito delas, ou 47%, foram do jogador que lançou na seleção.
"O Ronaldo não precisa de esquema tático. Deixa com ele que ele resolve", disse Parreira.
Ontem, na saída da seleção de Belo Horizonte (o time viajou para Santiago, onde pega o Chile domingo), Ronaldo foi o mais assediado. À imprensa, só disse que tinha sido "maravilhoso" o que aconteceu no Mineirão, na vitória de 3 a 1 que elevou o Brasil a líder do classificatório para o Mundial.
Na saída do estádio, apesar de um incidente com uma equipe de um programa humorístico argentino, que queria presentear o atacante com um livro de dietas, o jogador falou da partida que marcou a sua volta ao Mineirão depois de dez anos de sua saída do Cruzeiro. "Marcar três gols contra a Argentina, e todos de pênalti, é para entrar para a história."
Ele falou também sobre os pênaltis, todos sofridos por ele. "Eu provavelmente teria a ocasião de finalizar, mas pênalti também é do jogo. Tive a tranqüilidade de fazer os três. Inclusive no primeiro gol o juiz mandou voltar, mas mantive a tranqüilidade e consegui marcar de novo", disse.
Ronaldo, 27, nunca havia enfrentado a seleção argentina em jogos válidos pelas eliminatórias. Ele queria que esse jogo fosse disputado no Rio, sua cidade natal, mas ontem fez juras de amor aos torcedores de Minas Gerais, onde começou a carreira profissional.
"Agradeço à torcida, que esteve com a gente o tempo todo e vibrou muito", disse o artilheiro, que antes de marcar seus três gols estava sendo menos aplaudido do que seu colega novato, em termos de seleção, Luis Fabiano.


Colaborou Paulo Peixoto, da Agência Folha em Belo Horizonte

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