São Paulo, sexta-feira, 04 de junho de 2004

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ATENAS 2004

Exame positivo de Juliana Kury no Troféu Brasil ameaça classificação do 4 x 100 m livre para a Olimpíada

A 70 dias dos Jogos, doping abala natação

ADALBERTO LEISTER FILHO
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A pouco mais de dois meses dos Jogos de Atenas, a equipe brasileira sofre seu primeiro revés provocado por doping. Juliana Kury, 20, integrante do 4 x 100 m nado livre, testou positivo para estanozolol durante o Troféu Brasil, realizado no Rio, em maio. A suspensão afasta o revezamento da vaga.
O estanozolol é um esteróide anabólico, grupo de substâncias que aumenta a força muscular. A droga ficou conhecida por ter sido detectada no exame do velocista Ben Johnson após sua vitória nos 100 m nos Jogos de Seul-88.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e a Federação Internacional de Natação já foram informadas do resultado.
"A Juliana ainda não recebeu nenhum comunicado oficial. Ela está aguardando isso para ver o que irá fazer", disse Adriano Aguion, treinador da nadadora.
Procurada pela Folha, a atleta não foi localizada ontem.
A contraprova do exame de Juliana deve ser realizada em até 21 dias pelo Ladetec, laboratório do Rio credenciado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Juliana não se classificou para nenhuma prova olímpica individual. No entanto fez parte da equipe que cravou 3min45s38 no revezamento 4 x 100 m livre. As outras participantes do time nacional foram Rebeca Gusmão, Flávia Delaroli e Tatiana Lemos.
Até 30 de junho, a Fina definirá os quatro últimos países classificados para a Olimpíada pelo ranking de tempos. Doze nações já conquistaram vaga antecipadamente graças à campanha no Mundial de Barcelona, em 2003.
Segundo a CBDA, o Brasil estaria classificado com a marca obtida no Rio. No entanto, caso esse tempo seja anulado pela Fina, a situação ficaria mais complicada.
A melhor marca nacional passaria a ser os 3min47s05 obtidos no Pan de Santo Domingo-03. Com esse tempo, porém, as chances de classificação seriam remotas.
Na competição, realizada em agosto, na República Dominicana, o time brasileiro ganhou a medalha de bronze. A equipe nacional era formada por Rebeca, Flávia, Tatiana e Monique Ferreira.
Outra opção da seleção brasileira seria tentar novos tempos nas competições que ainda restam para o país até o prazo final da federação. Neste fim de semana, o time nacional disputa a etapa de Canet, na França, que faz parte do Circuito Marenostrum, um dos mais tradicionais da Europa.
O técnico da seleção, Ricardo Moura, poderá testar uma outra formação. Rebeca e Flávia já estão na França. Monique, integrante do revezamento 4 x 200 m livre, pode ser o terceiro nome da equipe, que seria completada por Mariana Brochado, Joanna Maranhão ou Paula Baracho.
O Brasil também poderá buscar a qualificação no evento-teste de Atenas, na Grécia, que será realizado entre os dias 9 e 12.
Por enquanto, o país está garantido apenas no revezamento 4 x 200 m livre. Em provas individuais, três brasileiras obtiveram vaga em Atenas. Flávia e Rebeca nadarão os 50 m livre, e Joanna participará dos 400 m medley. Nos Jogos de Sydney, Fabíola Molina foi a única nadadora do país.
No masculino, 14 competidores brasileiros estão classificados.


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