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ATENAS 2004
Exame positivo de Juliana Kury no Troféu Brasil ameaça classificação do 4 x 100 m livre para a Olimpíada
A 70 dias dos Jogos, doping abala natação
ADALBERTO LEISTER FILHO
GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A pouco mais de dois meses dos
Jogos de Atenas, a equipe brasileira sofre seu primeiro revés provocado por doping. Juliana Kury, 20,
integrante do 4 x 100 m nado livre,
testou positivo para estanozolol
durante o Troféu Brasil, realizado
no Rio, em maio. A suspensão
afasta o revezamento da vaga.
O estanozolol é um esteróide
anabólico, grupo de substâncias
que aumenta a força muscular. A
droga ficou conhecida por ter sido detectada no exame do velocista Ben Johnson após sua vitória
nos 100 m nos Jogos de Seul-88.
A Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos e a Federação Internacional de Natação já
foram informadas do resultado.
"A Juliana ainda não recebeu
nenhum comunicado oficial. Ela
está aguardando isso para ver o
que irá fazer", disse Adriano
Aguion, treinador da nadadora.
Procurada pela Folha, a atleta
não foi localizada ontem.
A contraprova do exame de Juliana deve ser realizada em até 21
dias pelo Ladetec, laboratório do
Rio credenciado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).
Juliana não se classificou para
nenhuma prova olímpica individual. No entanto fez parte da
equipe que cravou 3min45s38 no
revezamento 4 x 100 m livre. As
outras participantes do time nacional foram Rebeca Gusmão,
Flávia Delaroli e Tatiana Lemos.
Até 30 de junho, a Fina definirá
os quatro últimos países classificados para a Olimpíada pelo ranking de tempos. Doze nações já
conquistaram vaga antecipadamente graças à campanha no
Mundial de Barcelona, em 2003.
Segundo a CBDA, o Brasil estaria classificado com a marca obtida no Rio. No entanto, caso esse
tempo seja anulado pela Fina, a situação ficaria mais complicada.
A melhor marca nacional passaria a ser os 3min47s05 obtidos no
Pan de Santo Domingo-03. Com
esse tempo, porém, as chances de
classificação seriam remotas.
Na competição, realizada em
agosto, na República Dominicana, o time brasileiro ganhou a medalha de bronze. A equipe nacional era formada por Rebeca, Flávia, Tatiana e Monique Ferreira.
Outra opção da seleção brasileira seria tentar novos tempos nas
competições que ainda restam
para o país até o prazo final da federação. Neste fim de semana, o
time nacional disputa a etapa de
Canet, na França, que faz parte do
Circuito Marenostrum, um dos
mais tradicionais da Europa.
O técnico da seleção, Ricardo
Moura, poderá testar uma outra
formação. Rebeca e Flávia já estão
na França. Monique, integrante
do revezamento 4 x 200 m livre,
pode ser o terceiro nome da equipe, que seria completada por Mariana Brochado, Joanna Maranhão ou Paula Baracho.
O Brasil também poderá buscar
a qualificação no evento-teste de
Atenas, na Grécia, que será realizado entre os dias 9 e 12.
Por enquanto, o país está garantido apenas no revezamento 4 x
200 m livre. Em provas individuais, três brasileiras obtiveram
vaga em Atenas. Flávia e Rebeca
nadarão os 50 m livre, e Joanna
participará dos 400 m medley.
Nos Jogos de Sydney, Fabíola Molina foi a única nadadora do país.
No masculino, 14 competidores
brasileiros estão classificados.
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