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FUTEBOL
Curitiba e Porto Alegre disputam para receber Brasil x Paraguai, marcado para o Maracanã
Contra vaia, seleção recorre ao Sul
FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Livres do racionamento de
energia e sob a alegação de que receberão a seleção sem o tradicional mau humor de cariocas e paulistanos, Curitiba e Porto Alegre
estão em disputa para receber o
próximo jogo do Brasil nas eliminatórias, contra o Paraguai, no dia
15 de agosto.
A partida, que se tornou crucial
para a classificação brasileira após
a derrota para o Uruguai no último domingo, estava programada
inicialmente para o Maracanã, no
Rio, mas a CBF provavelmente
mudará o local.
A alegação da entidade à Confederação Sul-Americana de Futebol é que, como o jogo está marcado para uma quarta-feira à noite, seria mais prático realizá-lo no
Sul do país, que está fora do racionamento de energia.
No início das eliminatórias, a
Sul-Americana determinou que
as partidas do Brasil fossem disputadas somente em São Paulo e
no Rio. Mas a entidade informou
que aceitaria a mudança de local,
contanto que a CBF lhe enviasse
uma justificativa pertinente.
Para a CBF, o problema do racionamento é até secundário, já
que, com a instalação de geradores, o Maracanã poderia receber o
jogo. A questão primordial está
nas arquibancadas.
As partidas disputadas pela seleção em casa nas eliminatórias
foram marcadas pela falta de paciência e pelas vaias de paulistanos e cariocas (leia ao lado).
Necessitado mais do que nunca
de uma vitória -se perder do Paraguai pode ficar pela primeira
vez nas eliminatórias fora da zona
de classificação-, o Brasil terá,
em tese, muito menos pressão se
o jogo for disputado no Sul.
Amparados nesses dois pilares
-luz e apoio da torcida-, dirigentes paranaenses e gaúchos se
ofereceram à CBF para organizar
a partida. A decisão deve ser
anunciada hoje à tarde na sede da
entidade, na presença dos presidentes das duas federações do Sul.
Os curitibanos saíram na frente.
Há cerca de 20 dias apresentaram
à CBF a sua proposta, pela qual o
Couto Pereira abrigaria o jogo.
A Arena da Baixada, do Atlético-PR, é o palco mais moderno
do país, mas o estádio do Coritiba
tem uma capacidade bem maior
(56 mil lugares contra 26 mil).
"Temos expectativa de lotação.
Já fizemos um projeto de adequação do Couto Pereira para receber
o jogo. O Coritiba iniciou as reformas há dez dias", disse o presidente da Federação Paranaense
de Futebol, Onaireves Moura.
Orçadas em R$ 1 milhão, as reformas, já previstas pelo Coritiba,
mas apressadas pela possibilidade
de receber a seleção, incluem melhorias nos vestiários e nas tribunas de imprensa.
Moura, que teve seu indiciamento pedido pela CPI da CBF/
Nike, promete que a acolhida do
curitibano à seleção será diferente
da de cariocas e paulistanos.
"Para nós, a seleção é uma coisa
extraordinária, vista pelos torcedores e pela imprensa como algo
excepcional. Sem dúvida o time
do Brasil terá uma recepção muito mais calorosa do que vem tendo", afirmou o dirigente.
Outro trunfo dos curitibanos é o
ótimo CT do Atlético-PR.
A seu favor, os gaúchos têm o
apoio quase irrestrito ao novo técnico da seleção, o filho da terra
Luiz Felipe Scolari. "Porto Alegre
seria o palco perfeito para recuperar a seleção. O entusiasmo com o
Luiz Felipe dá para chacoalhar a
roseira", disse o presidente da Federação Gaúcha, Emídio Perondi.
No caso de Porto Alegre ganhar
a disputa, o jogo deverá ser no estádio Olímpico, do Grêmio.
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