São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2001

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FUTEBOL

Curitiba e Porto Alegre disputam para receber Brasil x Paraguai, marcado para o Maracanã

Contra vaia, seleção recorre ao Sul

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Livres do racionamento de energia e sob a alegação de que receberão a seleção sem o tradicional mau humor de cariocas e paulistanos, Curitiba e Porto Alegre estão em disputa para receber o próximo jogo do Brasil nas eliminatórias, contra o Paraguai, no dia 15 de agosto.
A partida, que se tornou crucial para a classificação brasileira após a derrota para o Uruguai no último domingo, estava programada inicialmente para o Maracanã, no Rio, mas a CBF provavelmente mudará o local.
A alegação da entidade à Confederação Sul-Americana de Futebol é que, como o jogo está marcado para uma quarta-feira à noite, seria mais prático realizá-lo no Sul do país, que está fora do racionamento de energia.
No início das eliminatórias, a Sul-Americana determinou que as partidas do Brasil fossem disputadas somente em São Paulo e no Rio. Mas a entidade informou que aceitaria a mudança de local, contanto que a CBF lhe enviasse uma justificativa pertinente.
Para a CBF, o problema do racionamento é até secundário, já que, com a instalação de geradores, o Maracanã poderia receber o jogo. A questão primordial está nas arquibancadas.
As partidas disputadas pela seleção em casa nas eliminatórias foram marcadas pela falta de paciência e pelas vaias de paulistanos e cariocas (leia ao lado).
Necessitado mais do que nunca de uma vitória -se perder do Paraguai pode ficar pela primeira vez nas eliminatórias fora da zona de classificação-, o Brasil terá, em tese, muito menos pressão se o jogo for disputado no Sul.
Amparados nesses dois pilares -luz e apoio da torcida-, dirigentes paranaenses e gaúchos se ofereceram à CBF para organizar a partida. A decisão deve ser anunciada hoje à tarde na sede da entidade, na presença dos presidentes das duas federações do Sul.
Os curitibanos saíram na frente. Há cerca de 20 dias apresentaram à CBF a sua proposta, pela qual o Couto Pereira abrigaria o jogo.
A Arena da Baixada, do Atlético-PR, é o palco mais moderno do país, mas o estádio do Coritiba tem uma capacidade bem maior (56 mil lugares contra 26 mil).
"Temos expectativa de lotação. Já fizemos um projeto de adequação do Couto Pereira para receber o jogo. O Coritiba iniciou as reformas há dez dias", disse o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Onaireves Moura.
Orçadas em R$ 1 milhão, as reformas, já previstas pelo Coritiba, mas apressadas pela possibilidade de receber a seleção, incluem melhorias nos vestiários e nas tribunas de imprensa.
Moura, que teve seu indiciamento pedido pela CPI da CBF/ Nike, promete que a acolhida do curitibano à seleção será diferente da de cariocas e paulistanos.
"Para nós, a seleção é uma coisa extraordinária, vista pelos torcedores e pela imprensa como algo excepcional. Sem dúvida o time do Brasil terá uma recepção muito mais calorosa do que vem tendo", afirmou o dirigente.
Outro trunfo dos curitibanos é o ótimo CT do Atlético-PR.
A seu favor, os gaúchos têm o apoio quase irrestrito ao novo técnico da seleção, o filho da terra Luiz Felipe Scolari. "Porto Alegre seria o palco perfeito para recuperar a seleção. O entusiasmo com o Luiz Felipe dá para chacoalhar a roseira", disse o presidente da Federação Gaúcha, Emídio Perondi.
No caso de Porto Alegre ganhar a disputa, o jogo deverá ser no estádio Olímpico, do Grêmio.



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