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Santos aposta na crise para reter vice-campeões
Tuca Vieira/Folha Imagem
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De madrugada, torcedor lamenta na praia de José Menino a derrota do Santos na Libertadores |
Para presidente, permanência do técnico Leão está assegurada e falta de dinheiro inibirá propostas
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FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Apesar da derrota por 3 a 1 para
o Boca Juniors na final da Taça Libertadores, na noite de anteontem, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira afirmou ontem que
"não há nenhum risco" de o clube
perder o técnico Emerson Leão e
seus principais jogadores.
De acordo com o dirigente,
Leão deu a palavra de que só sai
do Santos com o próprio Teixeira,
cujo segundo mandato se encerra
em 31 de dezembro.
Quanto aos jogadores, ele afirmou que ofertas tentadoras dificilmente acontecerão, devido à
crise financeira do futebol mundial e aos elevados valores das
multas contratuais por rescisão.
Agência Folha - O que provocou a
derrota na final da Libertadores?
Marcelo Teixeira - O Santos vem
numa maratona. O Boca praticamente abandonou o Campeonato
Argentino e só queria a Libertadores. O Santos não poderia fazer
isso porque o Brasileiro deste ano
é por pontos corridos. Isso acarretou, naturalmente, um certo desgaste. A equipe não chegou com
seus atletas principais em perfeitas condições. São os casos do Elano e do Ricardo Oliveira.
Agência Folha - Foi essa a principal razão?
Teixeira - Não, é uma delas. A
principal foi aquele segundo gol
na Argentina. Quando o time estava psicologicamente melhor e
iria empatar, houve uma sequência de erros. Até disse para os jogadores no vestiário em Buenos
Aires que até preferia um resultado adverso, mas de 1 a 0. Pior seria
um resultado enganoso como o
do Paysandu, que venceu por 1 a 0
em La Bombonera e perdeu de
quatro aqui.
Agência Folha - Quando o Brasileiro-02 terminou, o que mais se
perguntava era sobre o possível
êxodo dos Meninos da Vila. Saíram
Maurinho, Robert e Alberto, mas os
novatos ficaram. Que resposta o sr.
daria hoje a essa mesma pergunta?
Teixeira - A mesma. A perda
mais sentida foi a do Maurinho.
As demais, conseguimos repor
dentro da política do clube. Não
fugiremos a isso. No caso do Renato, por exemplo, cujo contrato
está vencendo, a prioridade é a
permanência, adequada à política
salarial do clube.
Agência Folha - Há margem para
dar a ele um aumento sem ultrapassar o teto salarial?
Teixeira - Há. Os demais têm
contrato, todos com cláusulas rescisórias já fixadas. Não há risco de
perdermos jogadores. Para o
mercado internacional, pelas
condições financeiras dos clubes e
da economia em geral, não há nenhuma perspectiva de propostas.
Agência Folha - O Santos não vai
mais contratar veteranos?
Teixeira - Volte no tempo, três
anos atrás. Por mais que eu quisesse promover atletas das equipes de baixo, dificilmente conseguiria porque não tinha um título
nem jogadores que conseguissem
suportar um possível insucesso.
Então, o que fazer? Investir em jogadores experientes e, em paralelo, contratar atletas como Elano e
Renato, que tivessem um bom
potencial.
Agência Folha - O sr. quer dizer
que hoje é possível o Santos renovar lançando uma nova safra porque o grau de tolerância da torcida
é bem maior?
Teixeira - Sim. Se você não tem
título e perde uma Libertadores,
não sai do estádio.
Então, que jogador de 19 anos
vai suportar isso?
Agência Folha - Sua missão no
Santos está encerrada?
Teixeira - Graças a Deus, o que
tínhamos como meta foi cumprido. Quando comecei [em janeiro
de 2000], o Santos buscava participar da Copa Mercosul, porque
tinha de voltar às competições internacionais. Hoje, não só voltou
ao cenário nacional, como ganhou repercussão internacional e
nem teria necessidade de participar de uma competição como a
Mercosul.
Agência Folha - Se agora o técnico Leão receber alguma oferta, o
Santos o libera?
Teixeira - Sinto no Leão uma
identidade muito grande com a
presidência e com o clube. Ao
mesmo tempo, o Santos está calçado porque há uma multa muito
alta em caso de rescisão. Foi uma
colocação até do próprio Leão.
Além de tudo, confio muito na
palavra das pessoas, e o Leão tem
uma palavra muito forte. Já disse
várias vezes para mim que vai sair
junto comigo, em dezembro. Então, não me preocupo.
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