Dos semifinalistas, a Alemanha é a que tem menos qualidade técnica

NA ALEMANHA e em grande parte da Europa, nada melhor do que ser pedestre. Todos os carros param para ele passar nos lugares apropriados. O pedestre é muito mais importante que o carro.
O Brasil deu adeus, mas o futebol continua. Na estrada de Frankfurt para Munique, onde verei o jogo entre Portugal e França, houve uma parada para almoçar em uma das mais belas pequenas cidades do mundo (Rothemburg). Tão bela quanto a atuação de Zidane contra o Brasil.
Pena que não possa dizer o mesmo dos principais jogadores brasileiros. Porém certamente Ronaldinho e Kaká vão brilhar nos próximos anos e em futuras seleções. Eles não deixaram de ser excepcionais por causa de um grande fracasso. Todos os grandes atletas tiveram os seus péssimos momentos.
Hoje teremos Alemanha x Itália. Como era previsto antes de o Mundial começar, as seleções da Europa, em casa, teriam mais chances de fazer campanhas muito melhores do que em 2002.
Das quatro que disputam o título, a Alemanha é a que tem menos qualidade técnica, mas, por atuar em casa e pela euforia nacional, é a que tem mais possibilidades de ganhar a competição.
Klinsmann teve o grande mérito de substituir o então intocável Kahn pelo excepcional Lehmann e, no ataque, o de trocar os medíocres Asamoah e Kurany por Klose e Podolski. Como é difícil para muitos técnicos fazerem o óbvio e escalarem os melhores!
A Alemanha é a única das quatro classificadas que joga com dois atacantes. Virou moda na Europa atuar só com um. Esse é um dos motivos da baixa média de gols até as semifinais (2,30), que só é maior em Mundiais que a da Copa de 90 (2,21).
Alemanha e Itália atuam com quatro defensores. No meio-campo, as duas seleções jogam também com uma linha de quatro, mas um dos armadores pelo meio da Alemanha (Ballack) é muito mais ofensivo do que defensivo. A grande qualidade de Ballack é a chegada à área para finalizar. Já os dois volantes da Itália são quase só marcadores.
Tomara que aconteçam boas partidas na reta final.

tostao.folha@uol.com.br


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