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O domingo será belo
Capitães-galãs de Itália, Alemanha, Portugal e França embelezam as semifinais; qualquer que seja o vencedor, a taça ficará em boas mãos
DÉBORA YURI
DA REVISTA DA FOLHA
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ufa! Após 16 longos anos, o
gesto máximo do futebol ficará
novamente a cargo de um capitão-galã. No domingo, salvo
contusões ou suspensões de última hora, qualquer um dos
quatro jogadores que erguer a
taça de campeão do mundo fará
a alegria dos admiradores do
"futebol-espetáculo".
O duelo particular entre o
italiano Fabio Cannavaro e o
alemão Michael Ballack acontece hoje, na primeira semifinal
da Copa. Não há favorito.
Amanhã será a vez de o francês Zinedine Zidane encarar o
português Luis Figo pela última vaga na decisão, que acontece em Berlim. Apontados como
"vovôs" no começo da competição, os dois veteranos sex-symbols mostraram que ainda
dão um (belo) caldo.
Os quatro capitães-galãs que
desfilarão em Dortmund e Munique têm estilos diferentes.
Dentro e fora do campo.
Difícil escolher o melhor
exemplar da seleção italiana,
mas o zagueiro Cannavaro, da
Juventus, certamente figuraria
em qualquer "top 3". Modelo da
Dolce & Gabbana, o jogador enfeita -de cueca- cartazes espalhados por toda a Europa.
O próprio estilista Stefano
Gabbana já declarou sua preferência pelo baixinho musculoso de olhos azuis. "Gosto de Fabio porque acho ele sexy", disse. O tal homem sexy é também
um craque da defesa considerada a melhor do mundo.
O napolitano tem personalidade e exerce grande influência
sobre seus companheiros da
Azzurra, que neste Mundial só
foi vazada uma vez.
Jogando em casa, o meia Bal-lack, nova aquisição do milionário clube londrino Chelsea, é
o xodó dos torcedores alemães.
Seu estilo viril e sua raça em
campo compensam certa falta
de brilhantismo. Apesar de todo o seu esforço, ainda não
marcou gols na Copa.
Alijado da decisão do último
Mundial, quando o Brasil de
Luiz Felipe Scolari foi penta, o
moreno de cabelos desgrenhados e barba por fazer tem agora
sua melhor -e talvez última-
chance de levantar a Taça Fifa.
O desfile não termina em
Alemanha x Itália, seis títulos
mundiais em campo. Portugal e
França podem ter menos tradição, mas os homens que carregam suas braçadeiras exibem
currículos futebolísticos cheios
de glórias. Além de mais charme que Cannavaro e Ballack.
Zidane, três vezes eleito o
melhor jogador do mundo, estrela da França campeã em
1998, pode encerrar com chave
de ouro sua carreira.
Ainda mais elegante e belo
que há oito anos, o meia, ex-Real Madrid, continua o maestro dos Bleus. Mistura perfeita
de francês com traços árabes,
Zizou mostra a mesma classe
quando está sem uniforme. No
treino, em eventos, nas entrevistas: é sempre um espetáculo.
Outro ex-galáctico e eterno
muso, Luis Figo é o homem de
confiança de Scolari. Também
ex-melhor do mundo, o estiloso
meia da Inter de Milão recuperou seu bom futebol nesta Copa
e é uma das esperanças lusas de
chegar pela primeira vez a um
título expressivo.
Quem já está cansado do futebol não tão atraente dirá
amém. Repare: em 2002, o planeta viu Cafu gritar "Regina, eu
te amo!" ao beijar o troféu. Em
1998, foi Didier Deschamps, e
não Zidane, o capitão. Dunga
em 1994, Maradona em 1986, o
italiano Zoff em 1982, o argentino Passarella em 1978, o alemão Beckenbauer em 1974,
Carlos Alberto Torres em 1970,
o inglês Bobby Moore em
1966... A lista é enorme.
Na história das Copas, raríssimas vezes um capitão-galã foi
campeão. O brasileiro Bellini,
no longínqüo 1958, e o alemão
Matthäus, em 1990, podem ser
considerados exceções.
No Mundial da Alemanha,
não há chance de alguém sair
mal na foto. Preferências à parte, a taça ficará em boas mãos.
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