São Paulo, terça-feira, 04 de julho de 2006

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O domingo será belo

Capitães-galãs de Itália, Alemanha, Portugal e França embelezam as semifinais; qualquer que seja o vencedor, a taça ficará em boas mãos

DÉBORA YURI
DA REVISTA DA FOLHA

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ufa! Após 16 longos anos, o gesto máximo do futebol ficará novamente a cargo de um capitão-galã. No domingo, salvo contusões ou suspensões de última hora, qualquer um dos quatro jogadores que erguer a taça de campeão do mundo fará a alegria dos admiradores do "futebol-espetáculo".
O duelo particular entre o italiano Fabio Cannavaro e o alemão Michael Ballack acontece hoje, na primeira semifinal da Copa. Não há favorito.
Amanhã será a vez de o francês Zinedine Zidane encarar o português Luis Figo pela última vaga na decisão, que acontece em Berlim. Apontados como "vovôs" no começo da competição, os dois veteranos sex-symbols mostraram que ainda dão um (belo) caldo.
Os quatro capitães-galãs que desfilarão em Dortmund e Munique têm estilos diferentes. Dentro e fora do campo.
Difícil escolher o melhor exemplar da seleção italiana, mas o zagueiro Cannavaro, da Juventus, certamente figuraria em qualquer "top 3". Modelo da Dolce & Gabbana, o jogador enfeita -de cueca- cartazes espalhados por toda a Europa.
O próprio estilista Stefano Gabbana já declarou sua preferência pelo baixinho musculoso de olhos azuis. "Gosto de Fabio porque acho ele sexy", disse. O tal homem sexy é também um craque da defesa considerada a melhor do mundo.
O napolitano tem personalidade e exerce grande influência sobre seus companheiros da Azzurra, que neste Mundial só foi vazada uma vez.
Jogando em casa, o meia Bal-lack, nova aquisição do milionário clube londrino Chelsea, é o xodó dos torcedores alemães. Seu estilo viril e sua raça em campo compensam certa falta de brilhantismo. Apesar de todo o seu esforço, ainda não marcou gols na Copa.
Alijado da decisão do último Mundial, quando o Brasil de Luiz Felipe Scolari foi penta, o moreno de cabelos desgrenhados e barba por fazer tem agora sua melhor -e talvez última- chance de levantar a Taça Fifa.
O desfile não termina em Alemanha x Itália, seis títulos mundiais em campo. Portugal e França podem ter menos tradição, mas os homens que carregam suas braçadeiras exibem currículos futebolísticos cheios de glórias. Além de mais charme que Cannavaro e Ballack.
Zidane, três vezes eleito o melhor jogador do mundo, estrela da França campeã em 1998, pode encerrar com chave de ouro sua carreira.
Ainda mais elegante e belo que há oito anos, o meia, ex-Real Madrid, continua o maestro dos Bleus. Mistura perfeita de francês com traços árabes, Zizou mostra a mesma classe quando está sem uniforme. No treino, em eventos, nas entrevistas: é sempre um espetáculo.
Outro ex-galáctico e eterno muso, Luis Figo é o homem de confiança de Scolari. Também ex-melhor do mundo, o estiloso meia da Inter de Milão recuperou seu bom futebol nesta Copa e é uma das esperanças lusas de chegar pela primeira vez a um título expressivo.
Quem já está cansado do futebol não tão atraente dirá amém. Repare: em 2002, o planeta viu Cafu gritar "Regina, eu te amo!" ao beijar o troféu. Em 1998, foi Didier Deschamps, e não Zidane, o capitão. Dunga em 1994, Maradona em 1986, o italiano Zoff em 1982, o argentino Passarella em 1978, o alemão Beckenbauer em 1974, Carlos Alberto Torres em 1970, o inglês Bobby Moore em 1966... A lista é enorme.
Na história das Copas, raríssimas vezes um capitão-galã foi campeão. O brasileiro Bellini, no longínqüo 1958, e o alemão Matthäus, em 1990, podem ser considerados exceções.
No Mundial da Alemanha, não há chance de alguém sair mal na foto. Preferências à parte, a taça ficará em boas mãos.


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