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FUTEBOL
Entidade vai tirar 3% das rendas dos jogos da Série A para bancar 3ª divisão, que tem o Fluminense na disputa
CBF taxa "grandes" para financiar Série C
PAULO COBOS
da Reportagem Local
Os clubes da primeira divisão do
Campeonato Brasileiro terão descontados cerca de R$ 1,1 milhão de
suas rendas na competição para
ajudar na organização da terceira
divisão, que terá o Fluminense como um de seus participantes.
Pelo regulamento do torneio nacional mais importante do país,
em seu artigo 17, 5% da renda bruta de todos os jogos do Brasileiro-99 será destinada para um "fundo
de premiação e de ajuda à Série C",
sendo que 3% da bilheteria irá para
as equipes da terceira divisão.
Até o ano passado, havia um desconto de 2% das rendas destinado
apenas para a premiação dos destaques da competição.
Caso o torneio em 99 tenha a
mesma média de público do ano
passado -quase 14 mil pagantes
por jogo- o Brasileiro irá arrecadar, considerando o preço mínimo
de R$ 10 para uma arquibancada,
cerca de R$ 35,3 milhões.
A nova taxa de 3%, portanto, deve gerar uma receita de quase R$
1,1 milhão. Esse valor pode ser ainda maior caso o Campeonato Nacional siga a tendência de crescimento da média de público dos últimos anos.
A participação do Fluminense na
Série C foi fundamental para a cobrança da taxa.
"O Fluminense está trazendo
motivação para a terceira divisão.
Essa ajuda vai melhorar o campeonato", afirma José Dias, do departamento técnico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A idéia inicial da entidade é usar
o dinheiro para financiar viagens e
estadias dos clubes nos jogos da
terceira divisão, o que nunca aconteceu (leia texto ao lado).
"Dependendo do regulamento,
podemos distribuir até R$ 4.000
para cada clube por jogo", afirma
Dias, lembrando que a CBF vai
abrir mão, como no ano passado,
de outra taxa de 5% que os clubes
deveriam pagar à entidade.
A iniciativa da criação do fundo,
porém, pode enfrentar resistência
dos clubes que disputam a Séria A.
Ao contrário do resto do regulamento, a criação do fundo foi toda
da CBF, sem a consulta dos clubes.
"Não estou sabendo dessa taxa.
Ninguém me informou nada", diz
o vice-presidente do Vasco, Eurico
Miranda, que promete reclamar da
cobrança do dinheiro que vai financiar a terceira divisão.
"A CBF não pode colocar isso no
regulamento sem o conhecimento
dos clubes", afirma o dirigente,
que está de relações estremecidas
com o Fluminense por causa de
um W.O. dado no Torneio Rio-São
Paulo, no início do ano.
O Fluminense, que pretende lucrar na Série C (leia texto nesta página), defende a iniciativa da CBF.
"Foi uma boa idéia, principalmente para ajudar os clubes que
vão enfrentar o Fluminense", afirma Francisco Horta, vice-presidente de futebol do clube.
FRASES
"Sou contra essa taxa."
Eurico Miranda, vice-presidente do Vasco, sobre a criação do fundo de ajuda à terceira
divisão do Brasileiro pela CBF
"O Fluminense está negociando bem seus contratos."
Francisco Horta, vice-presidente de futebol do Fluminense, sobre o faturamento do
clube na Série C
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