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FUTEBOL
Esgotado com Geninho, que armou retranca no jogo contra Paraná ontem, clube tenta achar substituto esta semana
Corinthians empata e já procura técnico
ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A retranca armada no melancólico empate em 1 a 1 entre Corinthians e Paraná, que manteve o time paulista num incômodo nono
lugar no Brasileiro-03, sacramentou uma certeza no Parque São
Jorge: Geninho não deve seguir
no comando do clube.
A Folha apurou que o Corinthians começará nesta semana a
procurar um novo treinador. A
paciência da diretoria com o
substituto de Parreira acabou.
O processo de fritura ainda não
culminou na demissão porque a
diretoria não quer mandá-lo embora sem ter acertado com outro
técnico. A única chance de Geninho ficar é se nenhum substituto
adequado for encontrado.
Além de terem reclamado do
esquema da equipe ontem, o presidente Alberto Dualib e o vice
Antonio Roque Citadini comentam reservadamente que Geninho é técnico para time pequeno.
A gota d'água para a decisão,
porém, não foi só técnica. A cúpula do clube ficou irritada com entrevista de Geninho na sexta, em
que ele deu a entender que o Corinthians não teve força para segurar o atacante Leandro, vendido pelo HMTF ao futebol russo.
Geninho será convocado hoje
para uma reunião na presidência
e será cobrado pela insinuação.
Os membros da diretoria chegaram a afirmar que, a cada vez que
ele dá entrevista, o time entra em
crise. A de sexta foi classificada
como "infantil" e "insensata".
O trabalho do técnico em campo também é alvo de críticas. A
direção reclama da demora de
Geninho em efetivar promessas
das equipes de base, como Wilson, Coelho, Pingo e Wendell.
Acusa o campeão do Brasileiro-01
de ter má vontade com os garotos.
Até a "estabilidade irritante",
definida por Roque Citadini após
o fracasso na Libertadores, parece
ter chegado ao fim. Se antes os diretores diziam que não era política do clube demitir técnico no
meio do campeonato, agora falam que para tudo há limite. A entrevista de sexta foi encarada como insubordinação e fez Citadini
desistir da viagem para Curitiba.
O cartola abandonou o discurso
conciliatório e disse que Geninho
reclama de barriga cheia, uma vez
que o Corinthians contratou Jamelli, André Luiz e Robert.
Por fim, os diretores argumentam que o técnico treina o time no
sistema 4-4-2 e, nos jogos, usa o 3-5-2. A avaliação da diretoria ganhou força ontem, quando o Corinthians só se encontrou em
campo quando Geninho sacou o
zagueiro Betão para colocar o
meia Jamelli, um dos estreantes
em Curitiba - o outro foi Robert.
Depois de levar um gol logo aos
46s do primeiro tempo, em cabeceio de Renaldo, a retranca de Geninho desmoronou. Atônito, o
Corinthians teve dificuldades para assimilar o golpe.
"A desvantagem logo no início
nos deu uma intranquilidade
enorme", admitiu Geninho.
No 4-4-2, implantado só no segundo tempo, o time paulista ficou mais ofensivo e acuou o Paraná. Após ter um gol mal anulado
pela arbitragem, que apontou impedimento de Marcus Vinícius, o
Corinthians empatou. Aos 5min,
o volante Fabinho chutou quase
da intermediária, e a bola entrou
no ângulo direito de Flávio.
O gol animou a equipe paulista,
que tentou virar a partida na base
do entusiasmo. Ao mesmo tempo
em que cresceu no ataque, o Corinthians soube neutralizar o rival
na defesa -só o atacante Maurílio ameaçou o gol de Rubinho.
"Ainda falta muito para melhorar, mas sei que eu posso dar uma
contribuição grande ao time no
segundo turno", explicou Robert.
Já o meia-atacante Jamelli se
disse satisfeito com sua atuação.
Para ele, a equipe poderia até
mesmo ter vencido. "Agora, começando pelo Pacaembu, vamos
reverter a situação do clube na tabela", afirmou, referindo-se à
próxima partida corintiana no
Brasileiro, contra o Figueirense,
na quinta-feira, em São Paulo.
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