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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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FUTEBOL

Esgotado com Geninho, que armou retranca no jogo contra Paraná ontem, clube tenta achar substituto esta semana

Corinthians empata e já procura técnico

ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

A retranca armada no melancólico empate em 1 a 1 entre Corinthians e Paraná, que manteve o time paulista num incômodo nono lugar no Brasileiro-03, sacramentou uma certeza no Parque São Jorge: Geninho não deve seguir no comando do clube.
A Folha apurou que o Corinthians começará nesta semana a procurar um novo treinador. A paciência da diretoria com o substituto de Parreira acabou.
O processo de fritura ainda não culminou na demissão porque a diretoria não quer mandá-lo embora sem ter acertado com outro técnico. A única chance de Geninho ficar é se nenhum substituto adequado for encontrado.
Além de terem reclamado do esquema da equipe ontem, o presidente Alberto Dualib e o vice Antonio Roque Citadini comentam reservadamente que Geninho é técnico para time pequeno.
A gota d'água para a decisão, porém, não foi só técnica. A cúpula do clube ficou irritada com entrevista de Geninho na sexta, em que ele deu a entender que o Corinthians não teve força para segurar o atacante Leandro, vendido pelo HMTF ao futebol russo.
Geninho será convocado hoje para uma reunião na presidência e será cobrado pela insinuação.
Os membros da diretoria chegaram a afirmar que, a cada vez que ele dá entrevista, o time entra em crise. A de sexta foi classificada como "infantil" e "insensata".
O trabalho do técnico em campo também é alvo de críticas. A direção reclama da demora de Geninho em efetivar promessas das equipes de base, como Wilson, Coelho, Pingo e Wendell. Acusa o campeão do Brasileiro-01 de ter má vontade com os garotos.
Até a "estabilidade irritante", definida por Roque Citadini após o fracasso na Libertadores, parece ter chegado ao fim. Se antes os diretores diziam que não era política do clube demitir técnico no meio do campeonato, agora falam que para tudo há limite. A entrevista de sexta foi encarada como insubordinação e fez Citadini desistir da viagem para Curitiba.
O cartola abandonou o discurso conciliatório e disse que Geninho reclama de barriga cheia, uma vez que o Corinthians contratou Jamelli, André Luiz e Robert.
Por fim, os diretores argumentam que o técnico treina o time no sistema 4-4-2 e, nos jogos, usa o 3-5-2. A avaliação da diretoria ganhou força ontem, quando o Corinthians só se encontrou em campo quando Geninho sacou o zagueiro Betão para colocar o meia Jamelli, um dos estreantes em Curitiba - o outro foi Robert.
Depois de levar um gol logo aos 46s do primeiro tempo, em cabeceio de Renaldo, a retranca de Geninho desmoronou. Atônito, o Corinthians teve dificuldades para assimilar o golpe.
"A desvantagem logo no início nos deu uma intranquilidade enorme", admitiu Geninho.
No 4-4-2, implantado só no segundo tempo, o time paulista ficou mais ofensivo e acuou o Paraná. Após ter um gol mal anulado pela arbitragem, que apontou impedimento de Marcus Vinícius, o Corinthians empatou. Aos 5min, o volante Fabinho chutou quase da intermediária, e a bola entrou no ângulo direito de Flávio.
O gol animou a equipe paulista, que tentou virar a partida na base do entusiasmo. Ao mesmo tempo em que cresceu no ataque, o Corinthians soube neutralizar o rival na defesa -só o atacante Maurílio ameaçou o gol de Rubinho.
"Ainda falta muito para melhorar, mas sei que eu posso dar uma contribuição grande ao time no segundo turno", explicou Robert.
Já o meia-atacante Jamelli se disse satisfeito com sua atuação. Para ele, a equipe poderia até mesmo ter vencido. "Agora, começando pelo Pacaembu, vamos reverter a situação do clube na tabela", afirmou, referindo-se à próxima partida corintiana no Brasileiro, contra o Figueirense, na quinta-feira, em São Paulo.



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