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TÊNIS
Quem foi rei...
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Roger Federer não perde
mais. Gustavo Kuerten, em
meio a resultados irregulares, caminha para Atenas com confiança quase exagerada. Esta coluna
dá espaço, a partir da próxima semana, ao caderno olímpico da
Folha e volta só em setembro.
Diante de tantas novidades, parece desperdício de espaço falar de
uma reportagem já publicada.
Não fosse o material, da revista
"Tennis", o primeiro a mostrar a
vida real de Pete Sampras dois
anos depois da aposentadoria.
Diferentemente do que apregoa
a lenda, Sampras não está gordo.
Diferentemente do que se desejava, o norte-americano não está de
volta. E, diferentemente do que se
esperava, não tem saudades (talvez dos aplausos, admite).
Como nos tempos em que buscava de maneira quase doentia o
topo do ranking, Sampras continua acordando cedo. Às 7h, está
de pé, só que, em vez de preparar
material para o treino, tem em
mente apenas a primeira refeição
de Christian, o filho de dois anos.
Das 10h às 14h, quase que diariamente, Sampras se dedica ao
esporte. Só que o esporte, agora, é
o golfe. À tardezinha, um joguinho de basquete, um "três contra
três" na vizinhança de sua casa.
As noites têm sido reservadas
para jantares com amigos, um joguinho de pôquer com a turma
ou uma ida ao ginásio para ver o
Los Angeles Lakers.
Com os amigos, em meio à diversão, Sampras tem, quem diria,
até se dedicado à bebida ("Provavelmente bebi mais neste último
ano do que em toda a vida").
Nos fins de semana, um ou outro encontro em família, uma viagem ou outra (México e Aruba
têm sido destino constante).
Tênis? "Acompanho os resultados, mas não vou mais acordar
cedo só para assistir a um jogo,
como um garoto de 12 anos."
O último jogo acompanhado de
fato? A vitória de Federer sobre
Marat Safin no Aberto da Austrália, em janeiro. "Só para ver como
Federer estava jogando."
Do pouco que tem visto, mas do
muito que conhece, Sampras não
hesita em dizer que Federer é, de
fato, o melhor hoje. Mas, com certa tranqüilidade, afirma ao repórter Peter Bodo que dificilmente seus recordes serão quebrados.
"Federer até poderia , mas não sei
se vai querer. A questão é se vai
querer pagar o sacrifício para
vencer os Grand Slams."
Se o tênis não faz parte da rotina, se os recordes estão garantidos, se a vida está tranqüila, o que
tem preocupado Sampras agora?
"Morando aqui [perto de Beverly Hills], sei que meu filho vai
a uma escola particular. Eu fui à
escola pública. Nunca tive telefone celular até completar 28 anos.
Sei que Christian vai crescer com
tudo isso e muito mais, mas quero
que ele mantenha a humildade."
Sampras, fora das quadras,
mostra que sabe tudo mesmo.
Sampras mostra, na vida pós-tênis e com o filho, maturidade que
sempre teve em quadra. Outros
tenistas, reconhecidamente imaturos, às vezes acabam crescendo
em quadra ao ter um filho mesmo
durante a carreira profissional.
Quem sabe isso não acontece
agora com Flávio Saretta?
De Toronto para Cincinnati
Roger Federer bateu Andy Roddick com sobras em Toronto. Oitavo
título no ano, terceiro Masters Series, troféus na grama, no saibro e
no cimento, em série. Parece que, hoje, só o cansaço o derruba.
De Minas Gerais para o Sul
Ricardo Mello caiu na final em Belo Horizonte diante do sérvio Janko
Tipsarevic. Nesta semana, tem o Challenger de Gramado.
De Minas Gerais para o Rio de Janeiro
Valter Mori, Yolanda Araújo (18 anos), Rafael Garcia, Laryssa Ferreira (16), Gustavo Kleine, Flávia Borges (14), Bruno Santanna e Thais
Xavier foram os campeões da segunda etapa do Circuito Unimed,
disputado em Uberlândia. A terceira etapa, no fim do mês, é no Rio.
E-mail reandaku@uol.com.br
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