São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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TÊNIS

Quem foi rei...

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Roger Federer não perde mais. Gustavo Kuerten, em meio a resultados irregulares, caminha para Atenas com confiança quase exagerada. Esta coluna dá espaço, a partir da próxima semana, ao caderno olímpico da Folha e volta só em setembro.
Diante de tantas novidades, parece desperdício de espaço falar de uma reportagem já publicada. Não fosse o material, da revista "Tennis", o primeiro a mostrar a vida real de Pete Sampras dois anos depois da aposentadoria.
Diferentemente do que apregoa a lenda, Sampras não está gordo. Diferentemente do que se desejava, o norte-americano não está de volta. E, diferentemente do que se esperava, não tem saudades (talvez dos aplausos, admite).
Como nos tempos em que buscava de maneira quase doentia o topo do ranking, Sampras continua acordando cedo. Às 7h, está de pé, só que, em vez de preparar material para o treino, tem em mente apenas a primeira refeição de Christian, o filho de dois anos.
Das 10h às 14h, quase que diariamente, Sampras se dedica ao esporte. Só que o esporte, agora, é o golfe. À tardezinha, um joguinho de basquete, um "três contra três" na vizinhança de sua casa.
As noites têm sido reservadas para jantares com amigos, um joguinho de pôquer com a turma ou uma ida ao ginásio para ver o Los Angeles Lakers.
Com os amigos, em meio à diversão, Sampras tem, quem diria, até se dedicado à bebida ("Provavelmente bebi mais neste último ano do que em toda a vida").
Nos fins de semana, um ou outro encontro em família, uma viagem ou outra (México e Aruba têm sido destino constante).
Tênis? "Acompanho os resultados, mas não vou mais acordar cedo só para assistir a um jogo, como um garoto de 12 anos."
O último jogo acompanhado de fato? A vitória de Federer sobre Marat Safin no Aberto da Austrália, em janeiro. "Só para ver como Federer estava jogando."
Do pouco que tem visto, mas do muito que conhece, Sampras não hesita em dizer que Federer é, de fato, o melhor hoje. Mas, com certa tranqüilidade, afirma ao repórter Peter Bodo que dificilmente seus recordes serão quebrados. "Federer até poderia , mas não sei se vai querer. A questão é se vai querer pagar o sacrifício para vencer os Grand Slams."
Se o tênis não faz parte da rotina, se os recordes estão garantidos, se a vida está tranqüila, o que tem preocupado Sampras agora?
"Morando aqui [perto de Beverly Hills], sei que meu filho vai a uma escola particular. Eu fui à escola pública. Nunca tive telefone celular até completar 28 anos. Sei que Christian vai crescer com tudo isso e muito mais, mas quero que ele mantenha a humildade."
Sampras, fora das quadras, mostra que sabe tudo mesmo.
 
Sampras mostra, na vida pós-tênis e com o filho, maturidade que sempre teve em quadra. Outros tenistas, reconhecidamente imaturos, às vezes acabam crescendo em quadra ao ter um filho mesmo durante a carreira profissional.
Quem sabe isso não acontece agora com Flávio Saretta?

De Toronto para Cincinnati
Roger Federer bateu Andy Roddick com sobras em Toronto. Oitavo título no ano, terceiro Masters Series, troféus na grama, no saibro e no cimento, em série. Parece que, hoje, só o cansaço o derruba.

De Minas Gerais para o Sul
Ricardo Mello caiu na final em Belo Horizonte diante do sérvio Janko Tipsarevic. Nesta semana, tem o Challenger de Gramado.

De Minas Gerais para o Rio de Janeiro
Valter Mori, Yolanda Araújo (18 anos), Rafael Garcia, Laryssa Ferreira (16), Gustavo Kleine, Flávia Borges (14), Bruno Santanna e Thais Xavier foram os campeões da segunda etapa do Circuito Unimed, disputado em Uberlândia. A terceira etapa, no fim do mês, é no Rio.

E-mail reandaku@uol.com.br


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