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Jadel racha preparação entre dois treinadores
Triplista chega à Vila e repete que maior rival é ele mesmo
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM
Primeiro brasileiro do atletismo a chegar à Vila Olímpica,
Jadel Gregório confia em dividir sua preparação entre dois
treinadores para ganhar sua
primeira medalha olímpica.
O triplista é dirigido por Peter Stanley, técnico que levou o
inglês Jonathan Edwards ao recorde mundial (18,29 m), em
1995, e também por Pedro
Henrique Camargo de Toledo,
treinador de João Carlos de
Oliveira, o João do Pulo, quando o Brasil subiu pela última
vez ao pódio olímpico na modalidade, em Moscou-1980.
"Nesta semana recomeço o
trabalho com os dois juntos. Isso [ser comandado pela dupla
de treinadores] está dando
muito certo. Essa coisa de individualidade só atrapalha", comentou Jadel, sorridente, poucas horas depois de chegar à Vila Olímpica de Pequim.
"Está tudo lindo aqui. Acho
que a poluição não irá me atrapalhar. Mas não sei como será
para o pessoal da marcha e da
maratona", disse o brasileiro,
que já conhece a China por causa de competições passadas.
"Competi aqui na Universíade [em 2001], em um GP em
Xangai, em 2005...", enumera.
Com Stanley e Pedrão, como
Toledo é conhecido, Jadel, 27,
espera melhorar em Pequim.
Neste ano, ainda não passou
dos 17,28 m, resultado modesto
para seus padrões. No ranking
de 2008, há 13 saltadores com
marcas mais significativas, entre eles o inglês Phillips Idowu,
o líder e o mais regular do ano.
"Mas meus principais adversários são Jadel, Jadel e Jadel",
falou, bisando discurso de
maio, o saltador, que falhou em
Atenas-2004, quando chegou
como um dos favoritos, obteve
17,31 m e foi quinto.
No ano passado, no Mundial
de Osaka, porém, mostrou melhor preparação emocional.
Novamente com a pressão de
ser um dos favoritos, saltou
17,59 m e ganhou a prata, sendo
superado só pelo português
Nelson Évora, que cravou no
campeonato a melhor marca de
sua vida: 17,74 m.
Na avaliação de Jadel, para
garantir um lugar no pódio na
China, precisará de um salto
tão bom quando o do Mundial,
algo em torno de 17,60 m.
Para não passar por nova
frustração olímpica, ele recebe
planilha de treinamentos de
Stanley. "Não tinha como mudar isso. Seria muito arriscado.
O Pedrão vai só lapidando",
contou o saltador.
Quando está no Brasil, sua
preparação é dirigida por Pedrão, que levou João do Pulo ao
recorde mundial no Pan de
1975, na Cidade do México.
Aquela marca (17,89 m) foi
mantida como a melhor da
América do Sul por 22 anos, até
o GP Brasil de 2007, em Belém,
quando Jadel saltou 17,90 m e
agradeceu o auxílio recebido de
Pedrão. "Ele foi importante
nisso. Mas técnico algum tem
segredo. O segredo é se sentir
bem trabalhando junto."
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