São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2008

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Jadel racha preparação entre dois treinadores

Triplista chega à Vila e repete que maior rival é ele mesmo

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

Primeiro brasileiro do atletismo a chegar à Vila Olímpica, Jadel Gregório confia em dividir sua preparação entre dois treinadores para ganhar sua primeira medalha olímpica.
O triplista é dirigido por Peter Stanley, técnico que levou o inglês Jonathan Edwards ao recorde mundial (18,29 m), em 1995, e também por Pedro Henrique Camargo de Toledo, treinador de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, quando o Brasil subiu pela última vez ao pódio olímpico na modalidade, em Moscou-1980.
"Nesta semana recomeço o trabalho com os dois juntos. Isso [ser comandado pela dupla de treinadores] está dando muito certo. Essa coisa de individualidade só atrapalha", comentou Jadel, sorridente, poucas horas depois de chegar à Vila Olímpica de Pequim.
"Está tudo lindo aqui. Acho que a poluição não irá me atrapalhar. Mas não sei como será para o pessoal da marcha e da maratona", disse o brasileiro, que já conhece a China por causa de competições passadas.
"Competi aqui na Universíade [em 2001], em um GP em Xangai, em 2005...", enumera.
Com Stanley e Pedrão, como Toledo é conhecido, Jadel, 27, espera melhorar em Pequim. Neste ano, ainda não passou dos 17,28 m, resultado modesto para seus padrões. No ranking de 2008, há 13 saltadores com marcas mais significativas, entre eles o inglês Phillips Idowu, o líder e o mais regular do ano.
"Mas meus principais adversários são Jadel, Jadel e Jadel", falou, bisando discurso de maio, o saltador, que falhou em Atenas-2004, quando chegou como um dos favoritos, obteve 17,31 m e foi quinto.
No ano passado, no Mundial de Osaka, porém, mostrou melhor preparação emocional.
Novamente com a pressão de ser um dos favoritos, saltou 17,59 m e ganhou a prata, sendo superado só pelo português Nelson Évora, que cravou no campeonato a melhor marca de sua vida: 17,74 m.
Na avaliação de Jadel, para garantir um lugar no pódio na China, precisará de um salto tão bom quando o do Mundial, algo em torno de 17,60 m.
Para não passar por nova frustração olímpica, ele recebe planilha de treinamentos de Stanley. "Não tinha como mudar isso. Seria muito arriscado. O Pedrão vai só lapidando", contou o saltador.
Quando está no Brasil, sua preparação é dirigida por Pedrão, que levou João do Pulo ao recorde mundial no Pan de 1975, na Cidade do México.
Aquela marca (17,89 m) foi mantida como a melhor da América do Sul por 22 anos, até o GP Brasil de 2007, em Belém, quando Jadel saltou 17,90 m e agradeceu o auxílio recebido de Pedrão. "Ele foi importante nisso. Mas técnico algum tem segredo. O segredo é se sentir bem trabalhando junto."


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