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FUTEBOL
Três times não têm patrocinador e outro ficará sem no final deste mês; três empresas bancam 1/4 das equipes
Patrocínio mingua no Brasileiro-98
ROBERTO DIAS
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
O único futebol tetracampeão do
mundo, que viveu este ano a regulamentação da "Lei Pelé", determinando a presença definitiva
das empresas no esporte, está
atraindo poucos investidores.
O Campeonato Brasileiro, principal competição nacional, é disputado por 24 times e conta com
só 15 patrocinadores exclusivos.
Três times não têm patrocínio
-Atlético-PR, Bragantino e Paraná. O Guarani ficará sem no final
do mês -a Singer tem contrato
com o clube até 30 de agosto.
Com esse quadro, o Brasileiro
destaca os grandes investidores.
O Excel apóia quatro equipes
(América-MG, Botafogo, Corinthians e Vitória), a Parmalat assiste dois (Juventude e Palmeiras), e
a General Motors, outros dois (Inter e Grêmio). Juntas, as empresas
bancam 1/4 dos times do torneio.
Corda bamba
Para ganhar ajuda financeira, as
equipes adotam diferentes saídas.
O Goiás, por exemplo, se apoiou
em três empresas, sendo o "campeão" de patrocinadores do país.
O BEG (Banco do Estado de
Goiás) colocou sua marca nas costas do uniforme, acima do número. A Arisco ficou com um espaço
na frente, enquanto a Unimed ficou com as mangas da camisa.
"Tivemos que optar pela pulverização do patrocínio porque nenhuma das empresas arcaria com
o patrocínio necessário para a
temporada", disse João Gualberto, diretor financeiro do Goiás.
Além dos nomes que aparecem
na camisa, o Goiás tem contrato
com mais seis empresas, que colocaram seus nomes em placas dentro do estádio Serra Dourada.
Os valores dos contratos, que
duram até o dia 31 de dezembro,
não foram divulgados pelo clube,
que informou ter investido R$ 1,5
milhão para o Brasileiro.
Segundo Gualberto, a soma dos
patrocínios não cobre o investimento e as despesas do clube, que
são complementados com as receitas de TV, ingressos, mensalidades dos sócios e doações.
Já o América-RN, além de dinheiro, apelou para as vitaminas e
medicamentos de seu patrocinador, a Teuto Farmacêutica.
O Sport teve que fechar contrato
de patrocínio com a empresa que
pertence a Luciano Caldas Bivar, o
presidente do próprio clube -a
Excelsior Seguros.
Outros clubes arrumaram patrocinadores "às pressas". É o caso da Ponte Preta, que pouco antes
do torneio conseguiu acertar com
a CNA, uma escola de inglês.
Bom negócio
Alguns patrocinadores acabam
não se limitando apenas a pagar
pelo espaço na camisa.
Um exemplo é o apoio do Excel
ao Corinthians. O banco, que neste ano foi comprado pelo espanhol
Bilbao Vizcaya, investiu também
na compra de atletas para o time.
Em 97, por exemplo, o Excel
gastou cerca de US$ 25 milhões
para reforçar o Corinthians com
Túlio, Donizete, Edílson e André.
Neste ano, o banco já contratou
o volante Vampeta, gastando cerca de US$ 3,5 milhões.
Palmeiras e São Paulo estenderam sua rivalidade também para
os patrocinadores.
Contra a italiana Parmalat, que
tem contrato com o Palmeiras
desde 92, o São Paulo passou a ostentar a marca Cirio (pertencente
à Cragnotti & Partners), também
do ramo alimentício.
No Rio Grande do Sul, o patrocínio contribuiu para unir os dois
maiores rivais do Estado, Grêmio
e Inter. Em fevereiro, as equipes
fecharam contrato com a General
Motors, montadora de veículos
que está se instalando no Estado.
Já o Vasco, mesmo não tendo
nenhuma marca na camisa, fechou um dos maiores contratos da
história do futebol brasileiro.
O NationsBank poderá explorar
a marca do clube carioca por dez
anos, em um acordo cujas cifras
chegam aos R$ 34 milhões.
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