São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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Com futebol ousado e envolvente, Santos derrota o rival em partida de seis gols no Pacaembu

"Meninos da Vila" brilham e superam o Corinthians

Gilberto Marques/Folha Imagem
Jogadores do Santos comemoram gol no jogo em que quebraram a invencibilidade de seis jogos do Corinthians no Brasileiro-2002


DIOGO PINHEIRO
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro clássico do jovem time do técnico Emerson Leão fora da Vila Belmiro, o Santos fez valer o seu furor e venceu um Corinthians desfigurado por 4 a 2, ontem à noite, no Pacaembu.
No duelo ousadia x cadência, o time do técnico Carlos Alberto Parreira não mostrou a costumeira paciência e foi envolvido pelos novos "meninos da Vila".
O jogo foi digno de um grande clássico. Para um público de quase 34 mil pessoas, os santistas, comandados por Diego e Robinho, protagonizaram belas jogadas. O arremate perfeito veio com Alberto, que abriu o caminho para a vitória com um gol de bicicleta.
O resultado levou o Santos, invicto há seis jogos, para a quinta colocação no Brasileiro, com 26 pontos. O Corinthians, que perdeu uma invencibilidade também de seis partidas, continua em terceiro na tabela, com 27 pontos.
Se dentro de campo o jogo foi empolgante, fora dele sobrou confusão. Faltando um minuto para o término do primeiro tempo, torcedores do Corinthians ainda entravam no Pacaembu. Do lado de fora, houve confronto entre policiais e corintianos.
"Não tenho a menor idéia de quantas pessoas ficaram de fora. O Morumbi seria mais adequado para um jogo desse porte", disse o coronel Jorge Rego, do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O espaço reservado para os corintianos só foi totalmente preenchido no intervalo. O setor reservado para a torcida do Santos foi insuficiente. A PM teve de abrir um espaço no tobogã -setor reservado a torcedores do Corinthians, que eram maioria.
"Quem tem de cantar de galo aqui é o Corinthians. O Pacaembu é o nosso terreiro. O deles é na Vila", disse Parreira, antes do jogo.
Entretanto o desejo do treinador não se realizou. O time do litoral não se intimidou com a pressão da torcida e impôs seu ritmo. Aproveitando o mau posicionamento do lateral Angelo, o Santos explorava o setor. Abusava da velocidade e da ousadia e dominava o rival, que, por sua vez, nem lembrava uma equipe paciente. Com Kléber e Gil bem marcados, os santistas anularam a principal jogada do adversário.
A impaciência dos corintianos não ficava restrita à armação das jogadas. O toque de bola do Santos descontrolou os rivais. Só no primeiro tempo, o Corinthians fez 13 faltas -sete em Diego.
Desnorteada, a defesa corintiana não demorou a falhar, e o Santos abriu o placar. Aos 18min, Diego cruzou rasteiro da esquerda, Anderson tentou cortar, e a bola sobrou para Alberto marcar.
Os corintianos ficaram ainda mais abatidos. A torcida santista passou a empurrar o time e, com mais uma jogada pela esquerda, o time de Leão marcou o segundo.
Aos 31min, Diego cobrou falta, e Renatinho cabeceou para Alberto, que empurrou para o gol. "Não é só a defesa, está tudo errado", disse Doni, no intervalo.
Parreira tentou arrumar o Corinthians. Tirou Angelo e colocou o volante Fabrício. Dessa forma, Fabinho passou a atuar na lateral.
Mas não adiantou. Os corintianos tomaram um balde d'água fria logo aos 3min do segundo tempo. Renatinho recebeu a bola na entrada da área e chutou. Doni fez grande defesa, mas a bola sobrou para Elano, que só empurrou para o gol -3 a 0 Santos.
A supremacia santista ficou evidente seis minutos depois, quando Elano fez 4 a 0.
O técnico do Corinthians sacou Deivid e Renato do time para a entrada de Marcinho e Leandro.
O time de Parreira melhorou e passou a acreditar na recuperação quando Fabinho, aos 12min, cruzou pela direita, Alex tentou cortar, e a bola foi para as redes.
Com o apoio da torcida, o Corinthians passou a pressionar, mas conseguiu apenas mais um gol, com Leandro, aos 35min.



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