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BASQUETE
Rafael Araújo, o Baby, que atuou no Mundial, diz que tomou complexo multivitamínico sem conhecer o conteúdo
Pivô da seleção tem antidoping positivo
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O pivô Rafael Araújo, o Baby,
22, que atuou pela seleção brasileira no Mundial de Indianápolis,
encerrado no mês passado, foi pego no exame antidoping feito durante a competição nos EUA.
O resultado da primeira análise,
feita pelo laboratório de Montréal
credenciado pelo COI (Comitê
Olímpico Internacional), deu positivo para um esteróide anabólico, substância que aumenta a força e a potência muscular. O resultado da amostra B deve sair na
próxima segunda-feira.
A CBB (Confederação Brasileira
de Basquete) e o médico da seleção, César de Oliveira, não irão se
pronunciar sobre o assunto até a
Fiba (Federação Internacional de
Basquete) oficializar o caso.
Baby tomou o complexo multivitamínico Universal Animal
Stak. O pivô disse que fazia uso do
produto havia três meses, mas
não sabia que ele continha substâncias dopantes. Ao saber da notícia, entregou a caixa com a bula
para seu treinador na Brigham
Young University, em Provo
(Utah), onde joga atualmente.
O comprimido tomado pelo
brasileiro contém 4-androstenodiona, 19-nor-5-androstenodiona
e 5-androstenodiol. Segundo o
médico Francisco Radler de
Aquino, do Ladetec, laboratório
do Rio credenciado pelo COI para
fazer exames antidoping, as três
substâncias são pró-hormônios
(esteróides anabólicos).
"Comprei o produto em uma
loja. Ele é vendido normalmente
no comércio. Mas não sabia que
continha substâncias proibidas
pela Fiba. Se soubesse, não teria
tomado. Tive azar", contou o jogador à Folha, por telefone.
"Comprei por conta própria.
Nem sabia o que estava tomando", lamentou Baby.
No Mundial de Indianápolis, a
Fiba realizou exames antidoping
apenas em alguns jogos. A seleção
brasileira teve atletas escolhidos
para passar pelo controle nas partidas contra Turquia, Angola e Espanha -nessa última é que foi
feita a coleta da urina do pivô.
Baby fará novo exame, na semana que vem, para ver se a substância proibida ainda pode ser detectada em seu organismo.
"Ainda não contratei ninguém
para me defender. Estou tendo todo o respaldo da universidade.
Eles vão cuidar de tudo para
mim", contou Baby, que joga nos
EUA há dois anos.
O técnico Hélio Rubens não
quis comentar o caso em detalhes.
Para ele, todos os atletas que defenderam a seleção no Mundial
estavam conscientes de quais
substâncias não poderiam tomar.
"Não estou acreditando. Conheço bem os jogadores que viajaram aos EUA. Tinha menos
contato com o Baby, que se juntou ao grupo de última hora, mas
sei que ele é casado e ajuizado."
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