São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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Primeira rodada sem empates e explosão da média de gols mostram que o torneio entra em sua reta final sem os excessos defensivos que o marcaram praticamente desde o início

Nacional abraça o tudo ou nada

DA REPORTAGEM LOCAL

Um é pouco. O futebol brasileiro enfim parece ter aprendido a regra número um dos campeonatos de pontos corridos desde que uma vitória passou a valer três pontos: o empate pode até satisfazer o time e o torcedor, mas, como não proporciona saltos, geralmente redunda em frustrações.
Na 34ª rodada das 46 deste Brasileiro, antecipada interinha para o sábado por conta das eleições municipais, houve ganhadores em todos os jogos. Foi a primeira jornada com essa característica no ano, coroando uma tendência das últimas semanas.
A partir do início de setembro, o índice de partidas empatadas ficou em 20%. Antes, batia em expressivos 28% -40% a mais.
Junto com isso, constata-se que a rede balança cada vez mais. Pela primeira vez, o Nacional registra três jornadas consecutivas com média de gols superior a três.
O sábado viu 39 gols -com mais um, igualaria o recorde, verificado na rodada anterior.
Destaque para Atlético-PR, que goleou o Atlético-MG por 5 a 0, o mesmo placar do triunfo do Cruzeiro sobre a Ponte Preta.
Nas últimas três rodadas apenas uma partida (Flamengo x Corinthians) terminou no zero. Antes, o campeonato tinha a média de quase um 0 a 0 por jornada.
Não faltam exemplos para comprovar que, nesse tipo de torneio, é melhor arriscar pelos três pontos do que segurar um empate -ou, como define o santista Vanderlei Luxemburgo, que jogar pelo empate é o caminho para o fracasso.
Corinthians e Santos têm o mesmo número de derrotas: dez. Só que o clube do litoral empatou apenas quatro vezes, enquanto o da capital paulista acumula dez jogos em que somou um ponto.
Resultado: o Santos briga pela liderança com o Atlético-PR, e o Corinthians se distancia da busca por uma vaga na Libertadores.
Ninguém empatou tanto como o Atlético-MG: 15 vezes. O time está na zona de rebaixamento.
Já a Ponte Preta, apesar de ter 13 derrotas, uma a mais que os mineiros, e de ostentar um saldo negativo de 19 gols (o segundo pior do torneio), aparece na honrosa sétima colocação. Isso porque coleciona somente cinco empates.
As passadas longas dos três pontos vão ser essenciais na reta final do Nacional -o primeiro critério de desempate é justamente o número de vitórias.
Na briga pela liderança, o Atlético-PR mantém três pontos de vantagem sobre o Santos.
Na embolada busca de uma vaga na Libertadores, uma vitória pode ser crucial. O São Paulo, por exemplo, começou a rodada no 7º lugar. Com o 2 a 1 aplicado no Palmeiras, com um gol de Cicinho nos acréscimos, saltou para 5º.
O mesmo ocorre na zona de rebaixamento. Com duas vitórias em três jogos, o Botafogo pulou cinco postos e deixou a faixa dos candidatos à segunda divisão.
No meio da semana, o Brasileiro faz sua última rodada antes da pausa para os dois próximos jogos da seleção pelas eliminatórias sul-americanas. Pela tabela, a promessa é de fortes emoções.
O líder Atlético-PR vai até Caxias pegar o Juventude, que bateu o Corinthians no sábado no Pacaembu e segue em 4º lugar. Os corintianos vão buscar a reabilitação no clássico em Santos.
Na luta contra o descenso, nada menos do que oito times podem terminar na turma dos condenados na próxima rodada.

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