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Primeira rodada sem empates e explosão da média de gols mostram que o torneio entra em sua reta final sem os excessos defensivos que o marcaram praticamente desde o início
Nacional abraça o tudo ou nada
DA REPORTAGEM LOCAL
Um é pouco. O futebol brasileiro enfim parece ter aprendido a
regra número um dos campeonatos de pontos corridos desde que
uma vitória passou a valer três
pontos: o empate pode até satisfazer o time e o torcedor, mas, como
não proporciona saltos, geralmente redunda em frustrações.
Na 34ª rodada das 46 deste Brasileiro, antecipada interinha para
o sábado por conta das eleições
municipais, houve ganhadores
em todos os jogos. Foi a primeira
jornada com essa característica
no ano, coroando uma tendência
das últimas semanas.
A partir do início de setembro, o
índice de partidas empatadas ficou em 20%. Antes, batia em expressivos 28% -40% a mais.
Junto com isso, constata-se que
a rede balança cada vez mais. Pela
primeira vez, o Nacional registra
três jornadas consecutivas com
média de gols superior a três.
O sábado viu 39 gols -com
mais um, igualaria o recorde, verificado na rodada anterior.
Destaque para Atlético-PR, que
goleou o Atlético-MG por 5 a 0, o
mesmo placar do triunfo do Cruzeiro sobre a Ponte Preta.
Nas últimas três rodadas apenas
uma partida (Flamengo x Corinthians) terminou no zero. Antes,
o campeonato tinha a média de
quase um 0 a 0 por jornada.
Não faltam exemplos para comprovar que, nesse tipo de torneio,
é melhor arriscar pelos três pontos do que segurar um empate
-ou, como define o santista
Vanderlei Luxemburgo, que jogar
pelo empate é o caminho para o
fracasso.
Corinthians e Santos têm o mesmo número de derrotas: dez. Só
que o clube do litoral empatou
apenas quatro vezes, enquanto o
da capital paulista acumula dez
jogos em que somou um ponto.
Resultado: o Santos briga pela
liderança com o Atlético-PR, e o
Corinthians se distancia da busca
por uma vaga na Libertadores.
Ninguém empatou tanto como
o Atlético-MG: 15 vezes. O time
está na zona de rebaixamento.
Já a Ponte Preta, apesar de ter 13
derrotas, uma a mais que os mineiros, e de ostentar um saldo negativo de 19 gols (o segundo pior
do torneio), aparece na honrosa
sétima colocação. Isso porque coleciona somente cinco empates.
As passadas longas dos três
pontos vão ser essenciais na reta
final do Nacional -o primeiro
critério de desempate é justamente o número de vitórias.
Na briga pela liderança, o Atlético-PR mantém três pontos de
vantagem sobre o Santos.
Na embolada busca de uma vaga na Libertadores, uma vitória
pode ser crucial. O São Paulo, por
exemplo, começou a rodada no 7º
lugar. Com o 2 a 1 aplicado no Palmeiras, com um gol de Cicinho
nos acréscimos, saltou para 5º.
O mesmo ocorre na zona de rebaixamento. Com duas vitórias
em três jogos, o Botafogo pulou
cinco postos e deixou a faixa dos
candidatos à segunda divisão.
No meio da semana, o Brasileiro
faz sua última rodada antes da
pausa para os dois próximos jogos da seleção pelas eliminatórias
sul-americanas. Pela tabela, a promessa é de fortes emoções.
O líder Atlético-PR vai até Caxias pegar o Juventude, que bateu
o Corinthians no sábado no Pacaembu e segue em 4º lugar. Os
corintianos vão buscar a reabilitação no clássico em Santos.
Na luta contra o descenso, nada
menos do que oito times podem
terminar na turma dos condenados na próxima rodada.
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