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VÔLEI
As candidatas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Na seleção masculina, não
há dúvidas. O Brasil tem o
melhor levantador do mundo, o
canhoto e ousado Ricardinho. No
feminino, o posto está vago. Fernanda Venturini e Fofão, grandes
levantadoras de uma mesma geração, estão fora do próximo ciclo
olímpico. Quem vai ocupar agora
essa posição? Eis a questão.
A seleção feminina não teve
muita sorte, afinal contou com
duas grandes jogadoras em uma
mesma época. Fernanda Venturini, a melhor na posição na história do vôlei brasileiro, reinou absoluta. Para Fofão restou a reserva e alguns períodos como titular
quando Fernanda ficou afastada.
Resultado: também não foi preparada uma outra levantadora. E
o prejuízo foi grande. Nos Jogos
de Sydney, em 2000, a reserva de
Fofão foi Kátia, uma levantadora
limitada para assumir uma seleção. Na época, havia uma certeza:
Fofão não poderia nem pensar
em se machucar.
No período em que Marco Aurélio comandou a seleção, Marcelle ganhou uma chance. Foi até
eleita a melhor levantadora do
Mundial de 2002, apesar da inexperiência e insegurança nos jogos
decisivos. Logo depois teve uma
contusão no joelho e, com a mudança de técnico na seleção, não
foi mais convocada.
Na Copa Salonpas, que começou sábado, o futuro pode estar
no banco de reservas. O Rexona
tem Fernanda Venturini, o Finasa/Osasco, Gisele, e o MRV/Minas, Carol. A primeira já anunciou a despedida da seleção. Gisele tem o apoio do técnico Zé Roberto, mas, irregular, não é uma
solução. Já Carol é um enigma. É
habilidosa, veloz, mas também
sofre de certa irregularidade.
Quem acompanha a nova geração não vacila em apontar Ana
Tiemi, 17 anos e reserva de Carol
no Minas, como a grande esperança para a posição. Fisicamente, ela já tem uma bela vantagem:
mede 1,87 m. O Brasil nunca teve
em uma seleção adulta uma levantadora com essa altura.
O técnico da seleção juvenil,
Antônio Rizola, diz que Ana Tiemi deve ser a sensação daqui uns
três anos. Como qualidades, ele
aponta a técnica apurada e a precisão dos levantamentos. O que
precisa ser mais trabalhada é a
velocidade.
No Osasco, a aposta é em Danielle Lins, 19 anos e 1,84 m. Foi
campeã mundial juvenil. Nesta
temporada, ela passou por um
susto: ficou quatro meses afastada das quadras por causa de uma
arritmia cardíaca. Refeitos os
exames, o problema não foi mais
diagnosticado, e ela está de volta.
Vale lembrar também de Fabíola, 21 anos e 1,84 m, do São Caetano. Na temporada passada no
Minas, ela assumiu o lugar de Gisele, que estava machucada, e
surpreendeu. Mostrou habilidade, velocidade e ousadia. Outra
possibilidade é Fernandinha, do
Pinheiros. Apesar de baixa, tem
1,73 m, é muito habilidosa.
O certo é que o Brasil não tem
tempo a perder: precisa de uma
levantadora preparada para os
Jogos de Pequim, em 2008. E nada
melhor do que começar a colocar
essa nova geração para jogar.
Uma pena é que pelo menos duas,
Ana Tiemi e Danielle, vão passar
a temporada de clubes na reserva.
Mistério 1
A levantadora Ana Tiemi, a central Thaísa Menezes e a ponteira Fernanda Garay, as três titulares da seleção juvenil, não vão disputar o
Sul-americano da categoria, que começa dia 23, na Bolívia. Elas estavam treinando com a seleção e foram dispensadas para defenderem
o MRV/Minas. Deveriam ter se reapresentado à seleção no dia 12 de
setembro, mas, por determinação do Minas, não apareceram.
Mistério 2
Resultado: a seleção juvenil não terá metade do time titular no Sul-americano, que vale uma vaga para o Mundial. Já Regiane Bidias, do
Rexona, e Natália Manfrin, Gabriela Morelli e Adenizia Silva, do
Osasco, times que também disputam a Copa Salonpas, continuam
treinando com a seleção.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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