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FUTEBOL
Grandes e pequenos
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Palmeiras é grande, não
só pelo seu passado e tradição, mas porque possui atualmente um elenco competitivo.
Mas no clássico de sábado, contra o São Paulo, o alviverde jogou
como time pequeno.
O tricolor buscou mais o gol desde o início do jogo. O Palmeiras só
marcou primeiro por causa do pênalti infantil cometido por Cicinho, que depois teve tempo de se
redimir dando o passe do gol de
empate e marcando o da virada.
Com a ausência de Magrão,
suspenso, o time de Estevam Soares ficou sem saída de bola e sem
armação de jogadas. Pedrinho e
Osmar ficaram isolados na frente.
Numa situação como essa, o
mais recomendável talvez fosse a
escalação de mais um atacante e
o deslocamento de Pedrinho para
sua real função, a de meia armador. Mas o Palmeiras, depois de
abrir o marcador e sofrer o empate, praticamente desistiu de buscar a vitória. Parecia satisfeito
com o empate. Atuou como time
pequeno.
O São Paulo, pelo contrário,
procurou se impor em campo desde o início, acionando bastante
seus alas e avançando a marcação para dentro do campo palmeirense.
Com isso, o tricolor esteve muito
mais presente na área adversária
e chutou muito mais a gol. Faltou
um pouco de competência nas finalizações. Leão já convenceu a
equipe a chutar mais. Agora só
falta chutar melhor.
Uma virada como essa inverte a
tendência crônica do tricolor de
deixar escapar a vitória no final e
reanima o time na luta por uma
vaga na Libertadores da América. O São Paulo não virou um esquadrão da noite para o dia, mas
recuperou a autoconfiança de um
time grande.
Se o clássico não foi uma maravilha, teve pelo menos um final
empolgante e merecia um público
maior que os parcos 12 mil torcedores que foram ao Morumbi.
Quem vem tendo uma atitude
de time grande é o Botafogo, que
não se intimidou com o Fluminense e, com 13 minutos de jogo,
já estava batendo o rival por 2 a 0.
Depois disso, a equipe de Bonamigo soube resistir à pressão tricolor e aproveitar os contragolpes
para conquistar uma revigorante
goleada.
Com essa nova postura, em
poucas rodadas o clube da estrela
solitária saiu da zona de rebaixamento, já ultrapassou o Flamengo e encostou no Vasco. É bonito
ver uma recuperação desse tipo.
Se não chegou a assumir papel
de time pequeno, o Santos mostrou uma sintomática humildade
diante do lanterna Guarani. Vencendo a partida por um apertado
1 a 0 -fruto de um gol mais do
que chorado-, o técnico Vanderlei Luxemburgo trocou seu principal atacante, Robinho, por um
zagueiro, Domingos, para segurar o resultado.
Essa prudência seria impensável há algumas rodadas. Tudo indica que os santistas se assustaram com a arrancada fulminante
do Atlético-PR.
Mais goleadores
Como era de esperar, vários leitores lamentaram ausências da
galeria de grandes centroavantes que publiquei na coluna de
sábado. O nome mais lembrado, inclusive pelo grande compositor Nando Reis, foi o de Careca, que brilhou no Guarani, no São Paulo, no Napoli e na seleção brasileira. Outros leitores
mencionaram Roberto Dinamite, o maior artilheiro da história do Brasileiro, e Toninho
Guerreiro, que se destacou no
Santos de Pelé e no São Paulo
de Gérson e Pedro Rocha. Todos eles foram grandes, cada
um com sua característica própria. Dos três, Careca foi o que
mais me empolgou, por aliar
velocidade, técnica e criatividade. Raros jogadores giravam o
corpo com tanta rapidez e num
espaço tão pequeno dentro da
área.
E-mail: jgcouto@uol.com.br
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