São Paulo, domingo, 4 de outubro de 1998

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FUTEBOL NO MUNDO
Superatletas

RODRIGO BUENO

Em 20 anos, os jogadores de futebol cresceram 3 cm e ganharam 1,4 kg, em média. Essa é uma constatação que pode ser feita ao compararmos os atletas que participaram das Copas do Mundo de 1974 e 94.
No Mundial da Alemanha, os jogadores tinham, em média, 1,76 m e 73,9 kg. Nos EUA, passaram a ter 1,79 m e 75,3 kg.
Artigo de Rudy Gittens, ortopedista e membro do Comitê de Medicina da Fifa, publicado ainda no final de 96, analisa esses números e pouco associa o "crescimento" dos jogadores ao uso de substâncias proibidas.
Apenas componentes como carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas são citados como possíveis razões para esse ganho físico dos atletas.
Esse enfoque deve-se muito à pouca diferença detectada em um índice que registra a massa corpórea dos atletas. Aliás, nesse item, os jogadores do passado apresentam números até mais "expressivos" que os mais recentes (23,8 contra 23,5).
O maior assunto do momento no futebol mundial, porém, questiona muito esses números.
O doping, mesmo que legal, sutil e moderno, está muito presente no futebol de hoje. E as seguidas notícias que chegam da Itália são apenas, como dizem, a "ponta do iceberg".
Quando fala-se em modernização do futebol, lembra-se muito dos esquemas táticos, da negociação de clubes e jogadores e da globalização do esporte, mas só agora a discussão volta-se para o doping, que se desenvolveu tanto ou mais nos últimos anos que os outros temas acima citados.
Antes eram as "bolinhas", que alguns jogadores assumiram tomar para a disputa do Mundial interclubes. Depois vieram trabalhos de desenvolvimento, como o feito em Zico, símbolo nacional de jogador que "inchou" com "produtos energéticos".
O escândalo do chamado "doping sanguíneo" dos jogadores do Parma é só mais um avanço.
Está na hora de os exames antidoping também evoluírem.

NOTAS

Overdose
Pascual Donat, do Villarreal, demorou três horas e meia para "ceder material" para o antidoping após jogo com o Salamanca. Para tanto, teve que tomar três litros de água, três cervejas e três outros refrescos.

Massa
Maccarone vai para o Prato. Pode parecer piada, mas Maccarone é um atacante que está trocando o Milan pelo Prato, time da quarta divisão da Itália.

Genética
Haruna Babangida, irmão deTijani, craque do Ajax, completou 16 anos e já deve se profissionalizar no Barcelona. Como o irmão, joga de ponta-direita.

Mundo da Lua
Austrália e Nova Zelândia decidem hoje quem representa a Oceania na Copa das Confederações em jogo marcado para as 15h30 (horário da Austrália). O vencedor já será conhecido no sorteio do torneio, que será às 11h (horário do México).



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