São Paulo, domingo, 4 de outubro de 1998

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JUCA KFOURI
O São Paulo cresce

O São Paulo tem a terceira maior torcida do país.
O Cruzeiro passou o Atlético em Minas Gerais e o Grêmio superou o Internacional no Rio Grande do Sul.
O Flamengo continua o time mais popular do país, mas perde para o Corinthians em pelo menos uma faixa etária.
Tudo isso será revelado pelo diário "Lance!" nesta terça-feira, fruto de pesquisa encomendada ao Ibope.
Se atleticanos e colorados não vão gostar nem um pouco do resultado, os corintianos que tratem de se preocupar: como fruto óbvio do bicampeonato mundial tricolor no começo desta década, são-paulinos e corintianos praticamente empatam na faixa etária entre 16 e 24 anos, gente que tinha entre oito e 16 anos em 1991, quando o time de Telê Santana ganhou pela primeira vez em Tóquio.
Nesta faixa, o São Paulo não só está empatado com o Corinthians como tem quase o dobro dos torcedores do Palmeiras.
O São Paulo tem 3/4 da torcida corintiana (9% contra 12%) nas regiões Norte e Centro- Oeste e 4/5 (6% contra 7%) na região Nordeste, o que demonstra seu espantoso crescimento nacional.
Tudo porque em futebol os títulos em campo têm resposta quase imediata - e duradoura- nas arquibancadas.
Se a influência do pai é sempre grande, maior ainda é a de um título mundial e o tricolor pode colher agora o que plantou anos atrás - e o mesmo acontece em relação ao Grêmio e ao Cruzeiro em seus Estados.
O Flamengo, que em certas faixas etárias chega a ter um em cada três torcedores pelo país afora, portanto, que também se cuide e trate de ser motivo de orgulho, não de vergonha, para seus torcedores, até porque o Vasco vem aí cada vez mais vitorioso e se superar o Real Madrid na final em Tóquio, no próximo dia 1º de dezembro, muito rubro- negro ainda não definido virará cruz-maltino.
Aí está uma constatação auspiciosa para quem quer investir no futebol. Não só os resultados têm retorno quase imediato como atingem em cheio as faixas mais jovens, consumidores com mais tempo de vida pela frente.
Aliás, a pesquisa mostra também que a definição por um clube aumenta nas faixas de maior renda, além de revelar que 32% da população do país não torce para nenhum time, um enorme potencial a ser explorado.
E a violência nas arquibancadas aparece como a maior responsável pelos estádios vazios, algo que, na Inglaterra, foi resolvido com a ação eficaz da polícia.



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