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Eleição presidencial do Santos foca continuismo
Oposição e situação usam manutenção ou não da era Teixeira como bandeira
Futuro do técnico Vanderlei Luxemburgo será definido pelo resultado eleitoral; opositores prometem fim de reeleições ininterruptas
LUCAS REIS
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
Em uma das mais acirradas e
polêmicas eleições da história
do Santos, último grande clube
paulista cuja forma de governo
remete ao continuísmo presidencial, associados decidirão
amanhã por um novo mandato
de Marcelo Teixeira, no cargo
desde 2000, ou pela interrupção de seu governo pelo sociólogo Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, líder da oposição.
De imediato, a primeira reação do resultado nas urnas para
o torcedor santista será refletido em Vanderlei Luxemburgo.
Caso a situação vença, é praticamente certo que o treinador
seguirá no comando do time
em 2010. E é mais do que certeiro que Luxemburgo deixará
o clube se a oposição triunfar.
O cenário da disputa poderia
ser resumido em apenas uma
palavra: continuismo. Se vencer novamente, Marcelo Teixeira garantirá mais dois anos
de governo e, assim, somará 12
anos consecutivos à frente do
Santos. Assim, irá se aproximar
dos ex-presidentes de Corinthians e Palmeiras Alberto
Dualib e Mustafá Contursi, que
administraram seus clubes por,
respectivamente, 14 e 12 anos.
"A oposição vive dizendo: "É
o quinto mandato consecutivo
dele". Como se cinco mandatos
fosse expressão longa. São cinco mandatos de dois anos cada
um, apenas. Aqui não é ditadura militar. Não há continuismo.
A cada dois anos os associados
vão às urnas", disse Teixeira.
Mas é justamente no continuismo que a oposição se apega. Ribeiro tem batido nessa tecla, comparando o governo de
Teixeira com os de seus colegas
à frente de outros clubes.
"Temo que o Santos tome o
rumo que o Corinthians ou o
Vasco levaram. Anos de continuismo, crise, quedas para a segunda divisão", declarou o candidato, que pretende alterar o
estatuto e barrar as reeleições
infinitas no clube litorâneo.
Em comum, o discurso de
atrair novos investidores. Ambos afirmam que já planejam a
criação de um fundo de investimentos para gerir o departamento de futebol.
Em 2003, Teixeira o derrotou com 60% dos votos. Desta
vez, Ribeiro aposta no fato de o
Santos viver fase ruim no futebol. Em 2008 e 2009, não conquistou sequer a vaga para a
Libertadores da América. Teixeira, por sua vez, crê na reeleição graças a seu retrospecto na
década. Com ele, o Santos foi
bicampeão brasileiro, além de
vencer dois Paulistas.
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