São Paulo, sexta, 4 de dezembro de 1998

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Luxemburgo apela para palavrões

Cléo Velleda/Folha Imagem
Atletas do Corinthians fazem exercício durante treino para o jogo contra o Santos pela semifinal do Campeonato Brasileiro


da Reportagem Local

O técnico Wanderley Luxemburgo apelou ontem a palavrões, que o deixaram até rouco no final do treinamento, para corrigir falhas do Corinthians visando o próximo jogo contra o Santos, no domingo.
Se perder, o Corinthians estará fora do Campeonato Brasileiro.
"O palavrão é uma forma de manter uma ligação direta com o time. É uma forma de fazer os jogadores prestarem atenção naquilo que estou falando", justificou.
Ele disse que recebe muitas cartas de torcedores por isso. "Dizem que eu não tenho educação."
"Ele (Luxemburgo) sabe como mexer com a nossa parte emocional", disse Marcelinho, um dos mais exigidos no treino de ontem.
O jogador -há cinco partidas sem fazer gols e com uma atuação apagada desde que foi reintegrado ao time, nas quartas-de-final, após suspensão de 18 dias por indisciplina- teve de fazer meia hora a mais de exercícios.
Um dos fundamentos treinados à exaustão ontem foi a reposição de bola pelo goleiro adversário. Luxemburgo quer que seu time explore as falhas do meio-campo santista e tente ganhar a posse da bola ou pare a jogada imediatamente depois das cobranças de tiro de meta pelo goleiro rival, Zetti.
² Julgamento
Uma manobra política do advogado do Corinthians José Mauro do Couto adiou ontem a sessão extraordinária que o Tribunal de Justiça Desportiva da CBF realizaria para julgar, em última instância, o técnico Wanderley Luxemburgo pela expulsão contra o Vitória, na primeira fase.
O julgamento foi marcado para a próxima quinta-feira. Assim, Luxemburgo poderá atuar também no terceiro jogo das semifinais, se necessário.
A decisão do adiamento, por falta de quórum, só foi anunciada uma hora antes do início da sessão. O técnico, que havia viajado para o Rio a pedido do advogado, só soube do adiamento ao chegar à CBF.
Couto é advogado também do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na Justiça comum.
Outro problema que o técnico começou a resolver ontem foi a dívida pelo rompimento do contrato de aluguel da casa em que morou em Santos, em 97, quando dirigiu o time local.
Em razão da dívida, que totalizava R$ 27 mil -referentes ao saldo de um aluguel e à multa pelo rompimento do contrato-, o Santos, fiador do técnico, teve o ônibus Baleia 2 penhorado pela Justiça.
Pelo acordo, Luxemburgo pagará R$ 22,5 mil, dos quais R$ 20 mil para o dono do casa e R$ 2,5 mil em honorários advocatícios.
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Colaboraram a Sucursal do Rio e a Agência Folha, em Santos ²



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