São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br

Vinte anos de Luxemburgo

VANDERLEI Luxemburgo já era um técnico com passagens por clubes médios quando assinou com o Bragantino, em janeiro de 1989. Mas o Braga representou, de fato, a apresentação do treinador ao país. Só em fevereiro completam-se 20 anos do Paulistão em que Luxemburgo estreou pelo Braga, mas este janeiro marca um aniversário importante. Vinte anos trabalhando na elite não é para qualquer um.
Na história dos grandes treinadores brasileiros, o fato é raro. Você se lembrará de Zezé Moreira campeão pelo Flu em 1951 e pelo São Paulo em 1970. De Telê, de Osvaldo Brandão, Flávio Costa... Mas nem Zagallo, a partir de seu primeiro título, em 1967, esteve só em times do primeiro escalão do Brasil ou do exterior. Em 1988, 20 anos após o Botafogo bi carioca, Zagallo estava fora da elite.
Entre os técnicos que resistiram aos últimos 20 anos, Leão, Levir Culpi, Nelsinho Baptista, nenhum passou as duas décadas sem cair um degrau. Leão esteve no Juventude e na Portuguesa, Levir refugiou-se no Japão, Luxemburgo só emigrou para dirigir o Real Madrid. Tirando uma aposta no Paraná, em 95, Luxemburgo só lutou por primeiras posições. Até no Guarani e na Ponte, que levou às fases finais dos Paulistas de 91 e 92. E hoje...
E hoje Luxemburgo vive a maior encruzilhada de suas duas décadas de carreira na elite. Há quem diga que anda silencioso demais, que estaria à espera de um convite de Marcelo Teixeira para voltar ao Santos. Mas essa perspectiva só será concreta em caso de demissão do Palmeiras ou de redução do salário. Fato quase impossível na vida do treinador mais bem pago do país.
Do alto de sua majestade, Luxemburgo pode estufar o peito e dizer, sem medo de errar: "Eu sou bom...!". Tem feito isso mais vezes do que mostrado em campo. Ele próprio sabe que, no 20º aniversário na elite, deve um trabalho daqueles que façam dizer que Luxemburgo é mesmo fogo...
Então, feliz ano novo, Luxemburgo. Ano raro, o 20º no topo. Se ganhar o Paulistão, Luxemburgo será o primeiro na história a levantar quatro canecos consecutivos. Mas o aniversário merecerá uma garrafa de champanhe se vier o sexto título brasileiro. Ou o primeiro da Libertadores.

O BRAGANTINO 1989/90
Em 1989, o Bragantino eliminou o Palmeiras de Emerson Leão, mas caiu nas semifinais contra o São Paulo de Carlos Alberto Silva. Luxemburgo seguiu no cargo até ser campeão paulista, no meio do ano seguinte. E ainda classificou a equipe de Bragança para as quartas-de-final do Brasileirão de 1990.

O PALMEIRAS 2008
Nestes 20 anos, várias vezes o técnico mudou a cara tática de seus times. O Cruzeiro tinha três meio-campistas que sustentavam Alex, o único meia criativo. Mas, 18 anos após a taça com o Braga, o Palmeiras venceu o Paulista com base parecida àquele time: dois volantes, dois meias, dois atacantes.

SONHADORES
De todos os dirigentes brasileiros que já trabalharam com o técnico Vanderlei Luxemburgo, Kléber Leite é quem ainda não tem dúvida de que ele é o melhor para dirigir seu clube. Entretanto o flamenguista optou por Cuca para esta temporada. Pelo preço que cobra, Cuca tem uma qualidade rara: montar times e elencos. O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, também adora Luxemburgo. Contudo anda encantado por Muricy Ramalho.


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