|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br
Vinte anos de Luxemburgo
VANDERLEI Luxemburgo já era um técnico com passagens por
clubes médios quando assinou com o Bragantino, em janeiro de 1989. Mas o Braga representou, de fato, a apresentação do treinador ao país. Só
em fevereiro completam-se
20 anos do Paulistão em que
Luxemburgo estreou pelo
Braga, mas este janeiro marca
um aniversário importante.
Vinte anos trabalhando na elite não é para qualquer um.
Na história dos grandes
treinadores brasileiros, o fato
é raro. Você se lembrará de
Zezé Moreira campeão pelo
Flu em 1951 e pelo São Paulo
em 1970. De Telê, de Osvaldo
Brandão, Flávio Costa... Mas
nem Zagallo, a partir de seu
primeiro título, em 1967, esteve só em times do primeiro
escalão do Brasil ou do exterior. Em 1988, 20 anos após o
Botafogo bi carioca, Zagallo
estava fora da elite.
Entre os técnicos que resistiram aos últimos 20 anos,
Leão, Levir Culpi, Nelsinho
Baptista, nenhum passou as
duas décadas sem cair um degrau. Leão esteve no Juventude e na Portuguesa, Levir refugiou-se no Japão, Luxemburgo só emigrou para dirigir
o Real Madrid. Tirando uma
aposta no Paraná, em 95, Luxemburgo só lutou por primeiras posições. Até no Guarani e na Ponte, que levou às
fases finais dos Paulistas de 91
e 92. E hoje...
E hoje Luxemburgo vive a
maior encruzilhada de suas
duas décadas de carreira na
elite. Há quem diga que anda
silencioso demais, que estaria
à espera de um convite de
Marcelo Teixeira para voltar
ao Santos. Mas essa perspectiva só será concreta em caso de
demissão do Palmeiras ou de
redução do salário. Fato quase impossível na vida do treinador mais bem pago do país.
Do alto de sua majestade,
Luxemburgo pode estufar o
peito e dizer, sem medo de errar: "Eu sou bom...!". Tem feito isso mais vezes do que mostrado em campo. Ele próprio
sabe que, no 20º aniversário
na elite, deve um trabalho daqueles que façam dizer que
Luxemburgo é mesmo fogo...
Então, feliz ano novo, Luxemburgo. Ano raro, o 20º no
topo. Se ganhar o Paulistão,
Luxemburgo será o primeiro
na história a levantar quatro
canecos consecutivos. Mas o
aniversário merecerá uma
garrafa de champanhe se vier
o sexto título brasileiro. Ou o
primeiro da Libertadores.
O BRAGANTINO 1989/90
Em 1989, o Bragantino eliminou o Palmeiras de Emerson Leão, mas caiu nas semifinais contra o São Paulo de
Carlos Alberto Silva. Luxemburgo seguiu no cargo até ser
campeão paulista, no meio
do ano seguinte. E ainda
classificou a equipe de Bragança para as quartas-de-final do Brasileirão de 1990.
O PALMEIRAS 2008
Nestes 20 anos, várias vezes o técnico mudou a cara
tática de seus times. O Cruzeiro tinha três meio-campistas que sustentavam Alex,
o único meia criativo. Mas,
18 anos após a taça com o
Braga, o Palmeiras venceu o
Paulista com base parecida
àquele time: dois volantes,
dois meias, dois atacantes.
SONHADORES
De todos os dirigentes brasileiros que já trabalharam
com o técnico Vanderlei Luxemburgo, Kléber Leite é
quem ainda não tem dúvida de que ele é o melhor para dirigir seu clube. Entretanto o flamenguista optou por Cuca
para esta temporada. Pelo preço que cobra, Cuca tem uma
qualidade rara: montar times e elencos. O presidente do
Santos, Marcelo Teixeira, também adora Luxemburgo.
Contudo anda encantado por Muricy Ramalho.
Texto Anterior: No 1º semestre europeu, "Luxe" supera Scolari Próximo Texto: Espanhol: Real Madrid vence e assume o terceiro lugar Índice
|