MAURO MASSA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Atual vice-campeão da Libertadores, o Santos estréia hoje na competição com medo de ser prejudicado pela própria fama.
Diante do Jorge Wilstermann, às 19h30 (horário de Brasília), em Cochabamba, na Bolívia, o técnico Emerson Leão acredita que sua equipe será mais bem marcada do que foi pelos adversários em 2003.
Segundo o treinador, seu time surpreendia os adversários, principalmente na primeira fase, na Libertadores-03, mas a estratégia não pode ser repetida agora.
"Hoje, somos mais conhecidos do que há um ano, e as equipes terão mais cuidado ao nos enfrentar", afirmou o treinador.
Porém os bolivianos não verão hoje um dos jogadores mais famosos do time brasileiro. Robinho, atração santista nas partidas fora de casa na última Libertadores, não viajou com a equipe.
Anteontem, o atacante se queixou de dores musculares e deixou o treinador irritado. "Ele deveria ter falado antes", disse Leão. "Ficou dois dias sem tratamento e sem tomar remédios."
No mesmo dia, em uma reunião entre Leão, o médico Carlos Braga e o próprio jogador, ficou determinado que Robinho viajaria e faria tratamento, pois faltavam mais de 48 horas para a partida.
No período da tarde, Robinho falou com Braga: "Eu posso até viajar, mas não vou jogar".
Diante da recusa do atacante, o médico telefonou para Leão, que estava em São Paulo e decidiu cortá-lo da viagem. O meio-campista Preto Casagrande foi chamado às pressas para viajar.
O técnico confirmou outra alteração na equipe. O novo titular no gol é o ex-corintiano Doni, que fará sua estréia. Júlio Sérgio volta para o banco -condição que manteve durante o ano passado, quando a posição era de Fábio Costa, hoje no Corinthians.
"Eu sou o treinador. Eu decido quem joga", declarou Leão ao falar sobre a mudança.
Ele pode alterar também o meio-campo da equipe. O volante Claiton deve ganhar a vaga de Paulo Almeida.
Leão disse que pensou em chegar a Cochabamba horas antes da partida, para minimizar os efeitos da altitude da cidade, que fica a 2.700 metros acima do nível do mar, mas desistiu da idéia.
"Imagine se acontecesse um problema no vôo, imagine tomar um W.O. na Bolívia", disse Leão.