São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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CIDA SANTOS

O recomeço


Após uma cirurgia delicada, Minuzzi se sente como antes de descobrir o problema no coração e sonha com seleção


A VIDA como ela era. O atacante Roberto Minuzzi, um dos destaques do Minas na Superliga de Vôlei, está refazendo seu caminho. Ele diz que se sente como há quase dois anos, pouco antes de descobrir um aneurisma na artéria aorta e era apontado como candidato a suceder Nalbert na seleção.
Do tempo que passou se recuperando e com poucas perspectivas de voltar a jogar, ele guarda aprendizados e uma certa tensão, que se repete a cada dois meses quando faz exames para avaliar seu atual quadro. Uma rotina obrigatória, já que passou por uma cirurgia delicada e leva vida de atleta.
Fora os exames, Minuzzi, 25 anos e 2,05 m, diz que não se sente inseguro e sonha com a seleção. É ponteiro titular do Minas, líder invicto com 16 vitórias. É o sexto pontuador da Superliga: média de 13 pontos por jogo. Tem o quarto melhor ataque e o segundo saque mais eficiente. O Minas tem três principais adversários: o Florianópolis, atual campeão brasileiro e vice-líder; a surpreendente Ulbra, terceira colocada; e a Unisul, que, com mais tropeços do que o esperado, ocupa o quarto lugar. Na semana passada, houve troca de técnico na Unisul: saiu Chiquita, assumiu Nutti.
Nas últimas Superligas, o Minas chegou à final, mas teve que se contentar com dois vices seguidos. Nesta temporada, o time ganhou novo técnico, Mauro Grasso, ex-São Bernardo, e novo jeito de trabalhar.
Minuzzi conta que, com o antigo técnico, o argentino Jon Uriarte, os jogadores tinham menos liberdade. A ordem era seguir rigidamente o esquema tático. Exemplo: se, em determinada jogada, o combinado era atacar ou marcar na paralela, o atleta não podia mudar, mesmo se tivesse outra intuição.
"Nosso jogo ficava muito mais previsível para os adversários", diz Minuzzi, citando que, com o novo técnico, os atletas são ouvidos e podem participar das decisões.
O problema do Minas e dos outros 14 clubes da Superliga é o calendário. Os times jogam três vezes por semana: sábados, terças e quintas. Não sobra tempo para trabalho físico e para os treinos específicos.
Resultado: os jogadores estão atuando abaixo do que poderiam, e a qualidade do torneio também cai. Uma pena. Perdemos todos nós.
Para encerrar, registro de mais uma volta de Fernanda Venturini, que suspendeu a aposentadoria e vai defender, por três meses, o Murcia.
O milionário time espanhol foi criado para ganhar tudo: o campeonato nacional, a Liga Européia. Para isso, contratou estrelas como a russa Sokolova e a polonesa Glinka. Mas não tem correspondido. Perdeu para o Tenerife, seu maior rival, e o técnico Pascual Saurín foi demitido.
Fernanda diz que aceitou o convite, entre outros motivos, porque será a primeira vez que atuará no exterior. Viaja no domingo, mas não terá vida fácil. Os três meses no Murcia serão de muito trabalho e pressão.

NOVO COMANDO
O novo técnico do Murcia será Paulo Coco, auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção e que estava no São Bernardo. O contrato dele é até maio. Ele diz que recebeu proposta irrecusável. Rubinho, assistente de Bernardinho na seleção, vai assumir o São Bernardo.

ALÍVIO
O Murcia venceu o Cantur, da brasileira Rosângela, por 3 a 1, no sábado, e deu uma pausa na crise. O time, dirigido pelo auxiliar Hugo Jauregui, segue em segundo lugar no Espanhol, atrás do Tenerife.

SEM MUDANÇAS
O presidente da federação italiana, Carlo Magri, manterá Gian Paolo Montali na seleção masculina até o final do contrato do técnico, em 2009. Montali tem recebido muitas críticas pelos maus resultados.

cidasan@uol.com.br


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