São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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"Calcio" quer tolerância zero e portões fechados

Após morte que paralisou a rodada, governo tenta conter escalada de violência

Julgamentos rápidos e ingressos personalizados deverão ser algumas das armas contra os torcedores considerados violentos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Italiano, que não teve partidas no final de semana por causa da morte de um policial na sexta-feira no clássico da Sicília entre Catania e Palermo, poderá voltar neste mês com portões fechados.
O torneio seria retomado somente no dia 18 de fevereiro, mas há possibilidade de jogos serem realizados já no próximo fim de semana. O governo italiano precisa aprovar uma série de medidas de segurança para liberar a volta da disputa. Uma das medidas discutidas é a realização de partidas sem torcida.
Caso seja permitida a entrada de torcedores nos estádios, os jogos seriam imediatamente suspensos no caso de lançamento de objetos vindos das arquibancadas. Uma reunião hoje, que poderá ter a presença do chefe de governo, Romano Prodi, deve definir as medidas de segurança a serem adotadas.
Além da morte do policial Filippo Raciti, 38, pelo menos cem pessoas ficaram feridas nos conflitos no jogo em que o Palermo bateu o Catania por 2 a 1 com um gol em que Di Michele usou a mão -o Catania era o mandante da partida.
Ontem, a Itália teve um dia de reflexão sem a tradicional ""Domenica" do calcio. Havia 12 anos o Italiano não tinha paralisação não programada, em todas as categorias, devido a uma morte por causa do futebol.
A morte de um torcedor no dia 29 de janeiro de 1995 (Vincenzo Spagnolo, apunhalado por um torcedor do Milan) gerou uma paralisação. Depois, só a morte do papa João Paulo 2º, em 2005, interrompeu o calcio.
Há uma estimativa de que 9 milhões deixaram de ser arrecadados em casas de apostas com a paralisação do Italiano no final de semana -desse montante, 3,1 milhões iriam para os cofres do governo.
Em jogos de outros esportes na Itália, houve um minuto de silêncio em homenagem ao policial morto provavelmente ao ser atingido por uma pedra arremessada por torcedores do Catania durante um tumulto.
Neste século, foi a quarta morte de uma pessoa envolvida em jogos de futebol na Itália. Isso apesar de algumas medidas e alguns compromissos assumidos pelos clubes em 1995.
Devem ser implementadas na Itália algumas medidas, como ingressos nominais, registros de entrada, seguranças pagos pelos clubes nos estádios e prisões e julgamentos rápidos.
Só alguns estádios da Itália são considerados modernos em termos de segurança. O Olímpico de Roma é o melhor. Até o San Siro, em Milão, precisaria de algumas melhorias. O estádio do Catania não cumpre com nenhuma das condições que estão sendo agora exigidas.


Com agências internacionais


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