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"Calcio" quer tolerância zero e portões fechados
Após morte que paralisou a rodada, governo tenta conter escalada de violência
Julgamentos rápidos e
ingressos personalizados
deverão ser algumas das
armas contra os torcedores
considerados violentos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Campeonato Italiano, que
não teve partidas no final de semana por causa da morte de
um policial na sexta-feira no
clássico da Sicília entre Catania
e Palermo, poderá voltar neste
mês com portões fechados.
O torneio seria retomado somente no dia 18 de fevereiro,
mas há possibilidade de jogos
serem realizados já no próximo
fim de semana. O governo italiano precisa aprovar uma série
de medidas de segurança para
liberar a volta da disputa. Uma
das medidas discutidas é a realização de partidas sem torcida.
Caso seja permitida a entrada de torcedores nos estádios,
os jogos seriam imediatamente
suspensos no caso de lançamento de objetos vindos das arquibancadas. Uma reunião hoje, que poderá ter a presença do
chefe de governo, Romano Prodi, deve definir as medidas de
segurança a serem adotadas.
Além da morte do policial Filippo Raciti, 38, pelo menos
cem pessoas ficaram feridas
nos conflitos no jogo em que o
Palermo bateu o Catania por 2
a 1 com um gol em que Di Michele usou a mão -o Catania
era o mandante da partida.
Ontem, a Itália teve um dia
de reflexão sem a tradicional
""Domenica" do calcio. Havia 12
anos o Italiano não tinha paralisação não programada, em todas as categorias, devido a uma
morte por causa do futebol.
A morte de um torcedor no
dia 29 de janeiro de 1995 (Vincenzo Spagnolo, apunhalado
por um torcedor do Milan) gerou uma paralisação. Depois, só
a morte do papa João Paulo 2º,
em 2005, interrompeu o calcio.
Há uma estimativa de que 9
milhões deixaram de ser arrecadados em casas de apostas
com a paralisação do Italiano
no final de semana -desse
montante, 3,1 milhões iriam
para os cofres do governo.
Em jogos de outros esportes
na Itália, houve um minuto de
silêncio em homenagem ao policial morto provavelmente ao
ser atingido por uma pedra arremessada por torcedores do
Catania durante um tumulto.
Neste século, foi a quarta
morte de uma pessoa envolvida
em jogos de futebol na Itália.
Isso apesar de algumas medidas e alguns compromissos assumidos pelos clubes em 1995.
Devem ser implementadas
na Itália algumas medidas, como ingressos nominais, registros de entrada, seguranças pagos pelos clubes nos estádios e
prisões e julgamentos rápidos.
Só alguns estádios da Itália
são considerados modernos
em termos de segurança. O
Olímpico de Roma é o melhor.
Até o San Siro, em Milão, precisaria de algumas melhorias. O
estádio do Catania não cumpre
com nenhuma das condições
que estão sendo agora exigidas.
Com agências internacionais
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