São Paulo, quinta, 5 de fevereiro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MATINAS SUZUKI JR.
Basquete à mesa

Os negócios relacionados ao esporte estão assumindo variações muito interessantes e se tornaram casos riquíssimos de exploração das potencialidades de uma marca.
A National Basketball Association, conhecida como NBA, a franquia que realiza o basquete ultraprofissional nos EUA, anunciou nesta semana que vai lançar uma rede de restaurantes com a sua grife.
O bola-ao-cesto associa-se ao britânico Rank Group, que controla a rede dos Hard Rock Cafes, para entrar no ramo dos restaurantes temáticos (um setor que, aliás, segundo o jornal de economia ""Financial Times", não anda bem das pernas. Ações do Planet Hollywood despencam nas bolsas americanas).
O investimento anunciado é de US$ 90 milhões, para abrir dez restaurantes da NBA em cidades como Tóquio, Barcelona, Madri e Los Angeles, depois do ponto inaugural, que começa a funcionar no ano que vem em Orlando, Flórida.
Os negócios entre o esporte e o setor de bares e restaurantes já têm grande tradição nos EUA, onde os chamados ""sports bars" operam em larga escala (ainda não decolaram plenamente no Brasil).
A própria franquia do basquete americano tem pelo menos uma boa experiência de proximidade com a comida: o restaurante do armador dos Bulls Michael Jordan, em Chicago, com boa parte do faturamento ligada à lojinha de produtos da NBA.
Aliás, o mesmo Air Jordan, em grande estilo e aproveitando o fim-de-semana do All Star Game, inaugura no sábado a versão nova-iorquina da sua ""steak house", com a presença das estrelas do jogo.
Enquanto isso, o futebol também rende os seus dividendos para outras atividades do mundo do entretenimento.
O selo de discos Decca espera vender em todo o mundo cerca de sete milhões de cópias da gravação de Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras, ""Los tres tenores", cantando ""We are the Champions", velho hit triunfal do grupo Queen.
A gravadora quer ampliar o sucesso obtido por Pavarotti durante a Copa de 94, com a gravação de ""Nessun Dorma".
Na verdade, como já disse alguém, a indústria da música clássica espera que o futebol traga o segundo ""annus mirabilis" da década e que as vendas do setor, que despencaram no ano passado, voltem a crescer.


Matinas Suzuki Jr., diretor-editorial adjunto da Editora Abril, escreve às quintas-feiras



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.