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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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BASQUETE

Treinos no Brasil são menos intensos, concluem

Comissões técnicas vão aos EUA e descobrem que trabalham pouco

DA REPORTAGEM LOCAL

De volta ao Brasil após um estágio de duas semanas nos Estados Unidos, as comissões técnicas das seleções masculina e feminina de basquete concluíram que o trabalho no país está distante do que é praticado em terras americanas.
"Em termos táticos, não vimos muitas novidades em relação ao que é realizado no Brasil. Mas principalmente a dinâmica dos treinos, em que a intensidade é maior, nos chamou a atenção", disse Aloísio Ferreira, o Lula, técnico da seleção masculina que assumiu no fim do ano passado.
Intensidade que pode ser definida, segundo as comissões, por "pequenos detalhes". "Uma equipe universitária que jogou à noite já entra em quadra para treinar na manhã seguinte, e a motivação é a mesma da de um treino antes do jogo", exemplificou Guerrinha, assistente técnico de Lula.
Ele inclusive disse que irá adotar algumas das experiências vistas durante a viagem. "Nos treinamentos são retirados todos os bancos da quadra, para que os atletas não possam se sentar. Ficam todos de pé, e a interatividade é maior" disse Guerrinha.
Lula destacou que mesmo atletas consagrados são obrigados a executar à exaustão fundamentos durante um treino da NBA.
Técnico da seleção feminina, Antonio Carlos Barbosa destacou que a diferença também se deve à formação do jogador. "A competitividade do jogador americano é muito maior. O funil para as boas universidades e para a NBA é muito estreito, então ele tem que se empenhar muito mais. Quando chega ao time adulto, ele já tem consciência, aplicação tática."
Outro fator apontado pelos brasileiros como responsável pelas diferenças técnica e de resultados é financeiro. Com maior verba, os americanos têm uma equipe de apoio maior, mais qualificada e equipamentos melhores.
Nos 14 dias do estágio, as comissões técnicas do país acompanharam treinos e jogos do Denver Nuggets, equipe do ala-pivô brasileiro Nenê. Assistiram ainda a treinos de outros times da NBA, além de terem visitado cinco equipes universitárias.
Os técnicos e assistentes devem se reunir até a próxima semana com a direção da Confederação Brasileira de Basquete para discutir o que poderá ser aproveitado nas seleções e no centro de desenvolvimento de talentos em Ribeirão Preto, um projeto da entidade com categorias de base.
Já está definido, porém, a adoção de algumas "novidades", como a distribuição de planilhas com informações dos adversários aos atletas antes dos jogos.


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