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BASQUETE
Treinos no Brasil são menos intensos, concluem
Comissões técnicas vão aos EUA e descobrem que trabalham pouco
DA REPORTAGEM LOCAL
De volta ao Brasil após um estágio de duas semanas nos Estados
Unidos, as comissões técnicas das
seleções masculina e feminina de
basquete concluíram que o trabalho no país está distante do que é
praticado em terras americanas.
"Em termos táticos, não vimos
muitas novidades em relação ao
que é realizado no Brasil. Mas
principalmente a dinâmica dos
treinos, em que a intensidade é
maior, nos chamou a atenção",
disse Aloísio Ferreira, o Lula, técnico da seleção masculina que assumiu no fim do ano passado.
Intensidade que pode ser definida, segundo as comissões, por
"pequenos detalhes". "Uma equipe universitária que jogou à noite
já entra em quadra para treinar na
manhã seguinte, e a motivação é a
mesma da de um treino antes do
jogo", exemplificou Guerrinha,
assistente técnico de Lula.
Ele inclusive disse que irá adotar
algumas das experiências vistas
durante a viagem. "Nos treinamentos são retirados todos os
bancos da quadra, para que os
atletas não possam se sentar. Ficam todos de pé, e a interatividade é maior" disse Guerrinha.
Lula destacou que mesmo atletas consagrados são obrigados a
executar à exaustão fundamentos
durante um treino da NBA.
Técnico da seleção feminina,
Antonio Carlos Barbosa destacou
que a diferença também se deve à
formação do jogador. "A competitividade do jogador americano é
muito maior. O funil para as boas
universidades e para a NBA é
muito estreito, então ele tem que
se empenhar muito mais. Quando chega ao time adulto, ele já tem
consciência, aplicação tática."
Outro fator apontado pelos brasileiros como responsável pelas
diferenças técnica e de resultados
é financeiro. Com maior verba, os
americanos têm uma equipe de
apoio maior, mais qualificada e
equipamentos melhores.
Nos 14 dias do estágio, as comissões técnicas do país acompanharam treinos e jogos do Denver Nuggets, equipe do ala-pivô brasileiro Nenê. Assistiram ainda a
treinos de outros times da NBA,
além de terem visitado cinco
equipes universitárias.
Os técnicos e assistentes devem
se reunir até a próxima semana
com a direção da Confederação
Brasileira de Basquete para discutir o que poderá ser aproveitado
nas seleções e no centro de desenvolvimento de talentos em Ribeirão Preto, um projeto da entidade com categorias de base.
Já está definido, porém, a adoção de algumas "novidades", como a distribuição de planilhas com informações dos adversários
aos atletas antes dos jogos.
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