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Pelé vira a mesa e coloca Brasil no topo de sua lista
Reunião de emergência antes de festa da Fifa reconhece gafe do "Rei" e
inclui Rivellino e Nilton Santos na relação dos melhores jogadores vivos
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Reunião de emergência, poucas
horas antes do primeiro grande
evento comemorativo do centenário da Fifa, fez Pelé voltar atrás,
engordar a lista de premiados e
pôr o Brasil como o país com mais
indicações na relação dos melhores jogadores vivos da história.
Compilada pelo Atleta do Século, a relação dos eleitos continha
inicialmente 120 homenageados.
Mas, às pressas, devido à comoção entre ex-desportistas e dirigentes gerada pela revelação da
lista original pela Folha, anteontem, os organizadores incharam a
lista para 124 nomes e incluíram
Rivellino e Nilton Santos, o alemão Uwe Seeler e o holandês Van
Basten -o 125º é Pelé, que ganhou o título de "hors concours".
"Não posso comentar isso agora, mas mudamos hoje [ontem] a
lista", declarou, por telefone, da
capital inglesa, Renato Duprat,
coordenador do projeto e funcionário da Pelé Pro, empresa que
administra os negócios do maior
craque da história do futebol.
O encontro de última hora, realizado num escritório no centro
de Londres, reuniu a cúpula da
Pelé Pro, o próprio Pelé, o vice-secretário-geral da Fifa, Jerome
Champagne, e representantes da
Duet, agência de marketing dona
dos direitos do evento.
Na lista original, o Brasil aparecia com 12 jogadores, sem contar
Pelé: Cafu, Carlos Alberto Torres,
Djalma Santos, Falcão, Júnior, Rivaldo, Roberto Carlos, Romário,
Ronaldinho, Ronaldo, Sócrates e
Zico. Pentacampeã do mundo, a
seleção emplacava um indicado a
menos do que Itália, três títulos, e
França, somente um título.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, com a lista de 120 nomes, reclamou de tal distorção e,
na capital inglesa, questionou as
ausências de Rivellino, Nilton
Santos, Gerson e Tostão.
Representante da presidência
da Fifa no evento, Teixeira confirmou a virada de mesa. "Por causa
da repercussão negativa da divulgação, mudaram tudo pela manhã [de ontem]. Na lista que recebi, não tinha nem Nilton Santos
nem Rivellino. Mexeram, mas
ainda ficou faltando gente", disse
o cartola, uma hora antes da festa
no Museu de História Natural.
Pelé ainda esboçou ontem uma
"operação abafa". Disse que a lista
divulgada pela Folha não era a definitiva. No entanto, até o fechamento desta edição, o próprio site
oficial da cerimônia (www.the-100.com/all-players-by-country.aspx) ignorava a adição
de Rivellino e Nilton Santos.
No atropelo, aliás, os dois nem
chegaram a ser chamados para a
festa -ao contrário de todos os
120 da relação inicial, contatados
ao longo dos últimos três meses.
O ex-meia e o ex-lateral também não foram procurados para
posar para fotografias que serão
publicadas no livro "The Hundred", com cem imagens dos 120
selecionados na primeira lista.
Parte dos outros 12 brasileiros,
contatados por representantes da
Fifa desde o final do ano passado,
não compareceu à cerimônia.
Ronaldo, Roberto Carlos, Rivaldo e Romário não fizeram força
para viajar a Londres. Dos astros
do país em atividade, apenas Ronaldinho prestigiou o evento.
Maradona, que em 2000 havia
reclamado da mudança de regras
na eleição de melhor da história
da Fifa, recusou-se a posar para
fotografias e boicotou a festa por
não concordar com a escolha de
Pelé como "juiz". Também se recusaram a aparecer Van Basten e
Seeler, novidades de ontem.
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