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FUTEBOL
Desempenho na virada sobre o Fortaleza faz Geninho berrar de nervoso
Corinthians quebra série
de quatro jogos sem vitória
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
No jogo em que mais reclamou
de seu time no banco de reservas,
o técnico Geninho comemorou o
fim do jejum do Corinthians de
quatro partidas sem vencer.
A vitória de ontem no Ceará, sobre o Fortaleza, por 2 a 1, de virada, também foi a primeira fora de
casa do clube no Brasileiro-2003.
O último triunfo corintiano havia sido diante do Paysandu. Depois daquele jogo, foram duas
derrotas, para o River Plate, pela
Libertadores, e para o Inter, e dois
empates, com Vasco e Flamengo.
Geninho temia que um novo
fracasso prejudicasse de vez a
campanha corintiana no Nacional e deixasse o time na zona de
rebaixamento para a Série B.
O treinador também tinha medo de ainda ver os seus jogadores
abatidos por causa da derrota por
2 a 1 para o River, quinta-feira, nas
oitavas-de-final da Libertadores.
E seu time foi apático até os
23min da etapa final, quando iniciou a reação num gol de pênalti,
originado em lance polêmico.
Sem Fabinho e Gil, contundidos, o Geninho armou o Corinthians no sistema 3-5-2, um de
seus preferidos. César atuou na
zaga e Fumagalli no ataque.
O treinador sempre repete que
essa formação dá mais liberdade
para os laterais atacarem. Mas isso não ocorreu ontem.
Curiosamente, Rogério e Kléber
pouco avançaram. No primeiro
tempo, cada um deles foi acionado só dez vezes, segundo o Datafolha. O número é baixo, principalmente para o lateral-esquerdo.
Ele costuma ser o atleta mais acionado do time. Antes do jogo de
ontem, recebia a bola, em média,
43 vezes por partida.
Quem gostou do desempenho
dos laterais corintianos foi o goleiro do Fortaleza, Jeferson, que
teve pouco trabalho na etapa inicial, em que o Corinthians realizou só cinco finalizações.
Além de chutar pouco a gol, os
corintianos fizeram muitas faltas.
Foram 34 infrações, recorde da
equipe num só jogo deste Nacional (a média era de 27,2 por partida). Cocito, que saiu machucado,
e Jorge Wagner foram os mais
violentos, com cinco cada um.
"Marcamos bem, mas faltou
criatividade", disse Rogério para
justificar o desempenho do time
no primeiro tempo.
Ele não imaginava que a situação ficaria pior no começo do segundo. Aos 5min, após cobrança
de escanteio, o atacante Fabrício
fez de cabeça para o Fortaleza.
Até antes da partida de ontem, a
equipe cearense só havia marcado
um de seus quatro gols neste Nacional de cabeça.
A vantagem animou o time da
casa, que passou a atacar com facilidade. Desorientados, os corintianos não conseguiam sair de seu
campo de defesa.
Geninho também entrou em
desespero. Berrou como nunca fizera no Brasileiro com seu time.
Tirou César para a entrada do
meia Pingo, fazendo o Corinthians jogar no 4-4-2.
A equipe paulista ainda estava
longe de apresentar um futebol
empolgante quando chegou ao
empate. O juiz marcou pênalti de
Márcio, num lance duvidoso. Rogério cobrou e empatou o jogo.
O Fortaleza continuou mais
ofensivo, porém seus atacantes se
atrapalharam nas conclusões.
Mas o Corinthians melhorou, e
começou criar chances, principalmente com Liedson.
Aos 37min, ele avançou pela direita, se livrou da marcação e chutou cruzado para fazer o gol da vitória corintiana.
"Para quem estava sem vencer
há quatro jogos, foi um resultado
muito importante", comemorou
Liedson após a partida.
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