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FUTEBOL
Atletas abrem mão de suas posições de origem por lugar no esquema do técnico da seleção, que amanhã pega o Chile
Por vaga, jogadores se adaptam a Parreira
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO
Zagueiro como volante, meia
defensivo no ataque e centroavante recuado. Na seleção brasileira que amanhã, às 22h30, enfrenta o Chile, em Santiago, pelas
eliminatórias, vale tudo para garantir vaga no time titular e agradar a Carlos Alberto Parreira.
Seguindo à risca o discurso de
que o jogador é que deve se adaptar à seleção, o treinador vai escalar três atletas com funções diferentes das que exercem em seus
clubes. Titular da zaga no Lyon,
Edmílson começa a deixar Gilberto Silva para trás no meio-campo.
Mas os casos mais extremos
acontecem com Edu e Luis Fabiano, os substitutos do suspenso Zé
Roberto e do lesionado Ronaldinho, respectivamente.
Edu é um típico volante no Arsenal, mas amanhã terá a função
de armar pelo lado esquerdo.
"O Zé Roberto chega mais na
frente, é mais um meia mesmo.
Eu sou mais volante e fico na marcação. Posso sair mais para o jogo,
mas não tanto como ele. Mas é
bom para o Parreira ter duas opções", explica ele, que joga como
titular do time pela primeira vez.
Para Parreira, no entanto, não
há diferenças. "O Edu terá a mesma função do Zé Roberto. Foi
convocado para isso, e entrou
bem nos últimos três jogos atuando assim", disse o treinador.
Luis Fabiano vai para a sua segunda missão como segundo atacante. Tendo que sair da área e se
movimentar muito, fará o contrário do que faz no São Paulo, onde
atua como jogador de área, papel
que na seleção é de Ronaldo.
"Estou aprendendo a jogar em
outras posições. Preciso ajudar a
seleção independentemente da
posição. Nunca fiz essa função.
Não é fácil, mas acho que tenho
condições", disse o são-paulino,
que, contudo, lembra da posição
original ao falar sobre o que deve
fazer de diferente amanhã em relação ao jogo contra a Argentina.
"Preciso chegar mais na área. Um
atacante precisa disso."
Parreira também defende sua
opção pela escalação de Luis Fabiano fora de sua posição de origem. "Foi bom. Eles confundiram
a defesa argentina", afirma.
Edmílson já havia tido várias
experiências como volante, mas
desde que foi para a França, há
mais de dois anos, ficou na zaga.
"Eu sou zagueiro, mas comecei
no meio-campo", declara ele, que
explica as diferenças entre clube e
seleção na hora da escolha de posição por seus técnicos.
"Na seleção quero jogar em
qualquer lugar. No clube é diferente. Fui contrato pelo Lyon para
ser zagueiro, e eu gosto de jogar
como zagueiro. Lá também tem
muito jogador de meio-campo, e
assim tenho pouco espaço", justifica um dos novos homens de
confiança de Parreira, que deverá
seguir com suas experiências na
Copa América do Peru, em julho.
Ontem, o treinador deu mais sinais de que irá deixar os medalhões fora do grupo que será chamado, na próxima semana, para a
competição. "A Copa América é
só um apêndice do calendário",
disse Parreira, deixando claro que
prefere poupar as estrelas.
Ele deverá chamar atletas que
atuam no exterior, mas que não
vêm servindo à seleção. Sobre os
que estarão disputando o Brasileiro, Parreira disse que cogita convocar no máximo dois por clube.
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