São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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FUTEBOL

Atletas abrem mão de suas posições de origem por lugar no esquema do técnico da seleção, que amanhã pega o Chile

Por vaga, jogadores se adaptam a Parreira

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

Zagueiro como volante, meia defensivo no ataque e centroavante recuado. Na seleção brasileira que amanhã, às 22h30, enfrenta o Chile, em Santiago, pelas eliminatórias, vale tudo para garantir vaga no time titular e agradar a Carlos Alberto Parreira.
Seguindo à risca o discurso de que o jogador é que deve se adaptar à seleção, o treinador vai escalar três atletas com funções diferentes das que exercem em seus clubes. Titular da zaga no Lyon, Edmílson começa a deixar Gilberto Silva para trás no meio-campo.
Mas os casos mais extremos acontecem com Edu e Luis Fabiano, os substitutos do suspenso Zé Roberto e do lesionado Ronaldinho, respectivamente.
Edu é um típico volante no Arsenal, mas amanhã terá a função de armar pelo lado esquerdo.
"O Zé Roberto chega mais na frente, é mais um meia mesmo. Eu sou mais volante e fico na marcação. Posso sair mais para o jogo, mas não tanto como ele. Mas é bom para o Parreira ter duas opções", explica ele, que joga como titular do time pela primeira vez.
Para Parreira, no entanto, não há diferenças. "O Edu terá a mesma função do Zé Roberto. Foi convocado para isso, e entrou bem nos últimos três jogos atuando assim", disse o treinador.
Luis Fabiano vai para a sua segunda missão como segundo atacante. Tendo que sair da área e se movimentar muito, fará o contrário do que faz no São Paulo, onde atua como jogador de área, papel que na seleção é de Ronaldo.
"Estou aprendendo a jogar em outras posições. Preciso ajudar a seleção independentemente da posição. Nunca fiz essa função. Não é fácil, mas acho que tenho condições", disse o são-paulino, que, contudo, lembra da posição original ao falar sobre o que deve fazer de diferente amanhã em relação ao jogo contra a Argentina. "Preciso chegar mais na área. Um atacante precisa disso."
Parreira também defende sua opção pela escalação de Luis Fabiano fora de sua posição de origem. "Foi bom. Eles confundiram a defesa argentina", afirma.
Edmílson já havia tido várias experiências como volante, mas desde que foi para a França, há mais de dois anos, ficou na zaga.
"Eu sou zagueiro, mas comecei no meio-campo", declara ele, que explica as diferenças entre clube e seleção na hora da escolha de posição por seus técnicos.
"Na seleção quero jogar em qualquer lugar. No clube é diferente. Fui contrato pelo Lyon para ser zagueiro, e eu gosto de jogar como zagueiro. Lá também tem muito jogador de meio-campo, e assim tenho pouco espaço", justifica um dos novos homens de confiança de Parreira, que deverá seguir com suas experiências na Copa América do Peru, em julho.
Ontem, o treinador deu mais sinais de que irá deixar os medalhões fora do grupo que será chamado, na próxima semana, para a competição. "A Copa América é só um apêndice do calendário", disse Parreira, deixando claro que prefere poupar as estrelas.
Ele deverá chamar atletas que atuam no exterior, mas que não vêm servindo à seleção. Sobre os que estarão disputando o Brasileiro, Parreira disse que cogita convocar no máximo dois por clube.


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