São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

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TELÊ SANTANA Briga vem em hora ruim para a seleção E u já tinha ouvido que os jogadores da seleção brasileira discutiram no vestiário após o amistoso contra o Athletic Bilbao, mas parece que a coisa foi bem mais grave do que isso.
Falam agora que houve até agressão física. É muito ruim para um grupo ficar nessa situação, ainda mais quando a Copa do Mundo está quase começando.
Esse é um momento de união, e os jogadores devem ser mais que nunca companheiros uns dos outros, não ficarem batendo boca.
Se a briga foi entre Leonardo e Edmundo, só posso acreditar que o culpado é o Edmundo, que tem muitos antecedentes em confusão. Ele sempre teve problemas ao longo de sua carreira.
Por outro lado, trabalhei com o Leonardo no São Paulo um bom tempo e nunca vi ele nem sequer discutir com um companheiro.
O Leonardo não é de briga. Muito pelo contrário, é uma pessoa calma e inteligente.
Se a comissão técnica decidiu não escalar Edmundo no amistoso com Andorra anteontem devido a esse desentendimento, acho que foi uma punição justa.
O Edmundo tem que entender que ele não pode fazer esse tipo de coisa na seleção.
Talvez a briga pela vaga de titular com a saída de Romário esteja contribuindo para esse clima ruim que está na seleção brasileira. Tem muita gente querendo aparecer nesse lugar.
Mas parece que a equipe já estava dividida no momento do corte do Romário. Alguns jogadores querendo que ele ficasse, e outros achando melhor sua saída definitiva do time.
A comissão técnica da seleção tinha que tomar uma decisão. E tomou, uma vez que chegou o dia final para a inscrição de jogadores na Copa e Romário ainda não estava bem recuperado.
Não acho que o corte tenha sido decidido devido a uma rixa entre Zico e Romário. O Zico é muito correto. Tenho certeza que neste momento ele está fazendo o melhor para a seleção brasileira.
Fico muito triste com o que alguns torcedores fizeram na chegada de Romário ao Rio de Janeiro, rasgando retratos do Zico. Ele sempre foi um homem direito e um grande jogador, que defendeu honrosamente o Flamengo e a seleção durante muitos anos.
Na Copa do Mundo de 86, no México, ele pediu a mim para ser cortado. No dia da contusão, ele achava que não tinha condições de se recuperar até a Copa.
Conversei com o Neilor (Neilor Lasmar, médico da seleção na época) e o convenci a jogar. Tomei a decisão de esperar por ele.
O futebol fraco que a seleção brasileira apresentou no amistoso contra o time de Andorra, que é muito ruim, talvez decorra dessas disputas internas.
A equipe não foi bem em quase nada. Não encontro nem uma pessoa sequer que tenha gostado do time do Brasil. Até o Ronaldinho perdeu muitos gols.
Após a definição do corte de Romário, imaginava também que o substituto seria um atacante, um jogador de características ofensivas para suprir essa ausência. Afinal, Romário é um jogador que se coloca muito bem na área e é sempre um goleador.
O Brasil tem muitos jogadores em boas condições de substituí-lo, tanto atuando aqui no país como no exterior.
Dá para fazer uma lista de jogadores de frente que poderiam ter sido chamados por Zagallo.
O Jardel, que está muito bem no Porto e é sempre uma boa opção para o jogo aéreo, o Muller, que está em excelente forma no Santos e é um grande jogador, o Dodô, que sabe se entrosar muito bem com seus companheiros na frente, entre outros.



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