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Morro dos parentes de
Romário tira os enfeites
em protesto contra corte
da Sucursal do Rio
Revoltados com o corte de Romário da seleção brasileira, moradores da favela do Jacarezinho arrancaram toda a decoração de rua
instalada na última semana.
O atacante nasceu na favela, que
é a maior da zona norte carioca. É
lá que a mãe do jogador, Lita de
Souza, costuma assistir aos jogos
de Copas do Mundo.
Fica também no Jacarezinho o
terreiro de umbanda frequentado
por parentes de Romário.
"Tinha mais que arrancar tudo
mesmo. O que fizeram com o menino foi uma covardia", reclamou
Ângelo dos Santos, babalorixá
(pai-de-santo) radicado na favela
do Jacarezinho.
Como em outros morros do Rio
de Janeiro, chefes do tráfico de
drogas compraram e distribuíram
entre moradores e comerciantes
os materiais de decoração alusivos
à Copa do Mundo.
Até estourar a notícia de que Romário havia sido cortado do grupo
que jogará a Copa, o Jacarezinho
era a favela mais "verde-e-amarela" dos subúrbios cariocas.
Na terça-feira de manhã, depois
que o corte do jogador foi anunciado pela comissão técnica, a alegria pela proximidade do Mundial
se transformou em revolta.
Amigos de infância e fãs de Romário começaram a retirar dos
postes, árvores e muros os adereços verdes, amarelos, azuis e brancos que enfeitavam a paisagem
árida da favela.
Hoje, a única referência que o Jacarezinho faz ao Mundial são fitas
discretas penduradas do lado de
fora da entrada principal.
Mesmo não morando mais no
Jacarezinho, o atacante do Flamengo costuma visitar a favela
nos seus dias de folga, quando joga "peladas" com amigos e participa de algumas atividades assistenciais.
(ST)
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