São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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AUTOMOBILISMO

Depois de Emerson, Piquet e Senna, equipe inglesa pode voltar a contar com um piloto brasileiro na F-1

McLaren sonda Castro Neves para 2003

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SILVERSTONE

Dez anos depois, a McLaren pode voltar a ter um piloto brasileiro. O time inglês está sondando o paulista Hélio de Castro Neves para a vaga de David Coulthard na próxima temporada da F-1.
Aos 27 anos, Castro Neves é bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis e lidera o campeonato da IRL (Indy Racing League).
A intermediação estaria sendo conduzida pelo americano Roger Penske, seu patrão na IRL e dono de uma parte da Illmor, subsidiária da Mercedes-Benz que prepara os motores para a McLaren.
Caso a negociação seja fechada, ele será o quarto brasileiro a correr pelo time, que já teve Emerson Fittipaldi (1974 e 1975), Nelson Piquet (três GPs em 1978) e Ayrton Senna (de 1988 a 1993).
A Folha tentou ontem falar com Castro Neves, que está em Kansas City (EUA), onde neste final de semana ele disputa a nona etapa da IRL. Seu telefone celular, no entanto, estava desligado.
A contratação de Castro Neves seria uma forma de a McLaren tentar recuperar sua força na F-1. Desde 2000, a equipe não consegue disputar um campeonato em pé de igualdade com a Ferrari.
Em 2001, com Mika Hakkinen desmotivado, o time promoveu Coulthard ao posto de primeiro piloto. Resultado: o escocês terminou o ano com 65 pontos, 58 a menos do que Michael Schumacher, que levou o título com quatro etapas de antecedência.
Neste ano, a situação é ainda pior. Com nove das 17 provas já disputadas, Coulthard ocupa apenas a quinta colocação no campeonato. Tem 26 pontos, 50 a menos que o líder Schumacher.
Outro agravante para Coulthard é seu longo tempo de casa.
Aos 31 anos, o escocês está na McLaren desde 1996, um recorde para a escuderia. A não ser que ele consiga resultados fantásticos até o final do ano -algo improvável-, dificilmente conseguirá a renovação de seu contrato.
Um acerto com a McLaren seria a realização de um sonho para Castro Neves. Apesar do sucesso no automobilismo americano, o piloto de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, sempre deixou claro que seu objetivo era chegar à F-1.


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