São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Federer "renasce" para buscar recorde

Em busca de sua 15ª conquista de Grand Slam, pentacampeão de Wimbledon enfrenta o freguês Roddick na decisão

Índice de aproveitamento do tenista, que recupera o topo do ranking se triunfar, volta a se aproximar do período em que dominava o circuito

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dominar o circuito por mais de quatro temporadas, o suíço Roger Federer viu sua performance cair em 2008.
Essa queda resultou em menos títulos (foram apenas quatro contra oito no ano anterior) e lhe custou o topo do ranking.
A quebra do recorde de conquistas em Grand Slams de Pete Sampras (14), que parecia apenas questão de tempo para quem havia conquistado 11 taças nos últimos quatro anos, não foi sequer igualado -Federer "só" ganhou o Aberto dos EUA, seu 13º troféu da série.
O suíço também começou 2009 patinando. Disputou seis torneios sem título -apesar do vice no Aberto da Austrália.
Mas o suíço, que mesmo em jejum dizia estar jogando bem, voltou a apresentar o aproveitamento próximo daquele que o havia deixado pelo recorde de 237 semanas consecutivas no topo do ranking do tênis.
Em suas três primeiras temporadas como número um, o tenista da Basileia teve aproveitamento acima de 92%. Em 2007, o índice caiu para 88,3%, mas ainda foi suficiente para a manutenção do posto.
Com 81,5% no ano passado, Federer acabou superado no ranking por Rafael Nadal.
Em seus primeiros seis torneios em 2009, Federer teve aproveitamento de "apenas" 77,8%. Para efeito de comparação, Gustavo Kuerten registrou 74,1% em 2000, ano em que terminou como número um.
Com os títulos do Masters 1.000 de Madri e de Roland Garros e a campanha em Wimbledon, Federer elevou seu aproveitamento na temporada para 86,7% e está a uma vitória de recuperar a liderança do ranking, em poder de Nadal desde 18 de agosto de 2008.
O adversário que tenta hoje adiar seu 15º título de Grand Slam, o que o colocaria isoladamente como o maior vencedor do tênis, e sua volta ao topo do ranking é um grande conhecido e um freguês de Federer.
O suíço e o americano Andy Roddick vão se enfrentar pela 21ª vez -é o confronto mais frequente entre os jogadores em atividade. Federer só saiu derrotado em dois desses jogos.
"Ele sempre jogou de uma forma diferente contra mim, subindo muito à rede, sacando e voleando no primeiro e segundo serviços", afirmou o suíço sobre o rival. "Gosto muito de jogar contra [Roddick], e não somente pelo retrospecto."
Federer diz que o 15º título de Grand Slam e o sexto em Wimbledon seria algo memorável. "Estou muito orgulhoso das marcas que alcancei porque, quando era garoto, nunca imaginei tamanho sucesso", afirmou Federer, 27. "Ficaria muito feliz se ganhasse alguns torneios e, quem sabe, conquistasse Wimbledon", completou.
Nesse cenário, o americano, derrotado pelo suíço nas finais de Wimbledon de 2004 e 2005, tenta bancar novamente o papel de estraga-prazeres.
"Eu adoraria adiar [a quebra do recorde] para outro Grand Slam", disse Roddick, 26, responsável pela queda do britânico Andy Murray nas semifinais.
Se confirmar o recorde e a volta ao topo do tênis, Federer partirá em busca de outra marca em poder de Sampras e de um feito que o americano não conseguiu alcançar.
Sampras é quem mais tempo liderou o ranking (286 semanas), mas não foi capaz de terminar outra temporada no topo após ter sido desbancado.
Apenas um tenista na história conseguiu voltar a figurar como número um no final da temporada após ter sido destronado. Ivan Lendl terminou como número um de 1985 a 1987, perdeu o posto para Mats Wilander em 1988, porém o retomou no ano seguinte.


NA TV - Final masculina
Sportv 2, ao vivo, às 10h




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