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TÊNIS
Falta de respeito
THALES DE MENEZES
A coluna de hoje é proibida
para os leitores com colesterol
alto, já que o assunto aqui é
fritura. E quem ficou no meio
do óleo quente foi Paulo Cleto.
Não está em questão se Cleto
era o nome ideal para continuar sendo o capitão do Brasil
na Copa Davis. Essa discussão
tinha sentido há 17 anos, quando ele assumiu o cargo.
Nesse espaço de tempo, Cleto
fez o possível com a equipe que
tinha nas mãos. Teve ajuda da
técnica refinada de Kirmayr e
Motta, depois ajudou a ascensão do pupilo Mattar, aproveitou uma ótima fase de Oncins
em 1992 para chegar às semifinais da competição e, por último, desfrutou da dupla mais
bem colocada que o tênis do
Brasil já teve no ranking mundial, Kuerten e Meligeni.
Vale ressaltar que um bom
período desse trabalho foi desenvolvido durante momentos
de crise braba na Confederação
Brasileira de Tênis, que deixou
os jogadores um bom tempo
sem receber um tostão. Chegou
a ser comentado que a equipe
teria até viajado custeando as
próprias despesas.
Tudo isso serve para mostrar
que Paulo Cleto tem uma das
histórias mais significativas no
tênis brasileiro. Mas não foi o
bastante para que os titulares
da equipe o respeitassem.
Porque o que foi visto na disputa contra a Espanha, em
abril, foi uma nítida falta de
respeito. Kuerten e Meligeni levaram a Porto Alegre seus técnicos, que palpitaram o tempo
todo e criaram uma situação
constrangedora para Cleto.
O capitão precisava do apoio
da CBT. Será que a Associação
de Tênis dos EUA (Usta) deixaria o técnico de Agassi ou de
Courier atrapalhar o trabalho
de Tom Gullikson, capitão da
equipe na Davis? Nunca.
Cleto não tinha um cargo vitalício, é lógico, mas poderia
sair dele com tranquilidade e
respeito, sem ser torpedeado pelos técnicos de seus jogadores.
Ciúme e inveja nunca combinaram com profissionalismo.
Sem carisma
O espanhol Albert Costa ganhou o ATP de Kitzbuehel, no
último domingo, conquistando o oitavo título de sua carreira. A final, contra o italiano
Andrea Gaudenzi, foi soporífera. Costa é um desses tenistas
de carisma zero e tênis sem brilho. Saca bem, mas nem tanto.
Ataca, mas só de vez em quando. Jogadas surpreendentes?
Nem a pau. Para o bem do tênis, esse tipo de jogador nunca
deveria ganhar, mas a democracia no esporte dá todas as
chances a ele.
Carisma demais
Falando em carisma, que tal
sair de Albert Costa e ir ao extremo oposto? Andre Agassi,
lógico. O garoto de Las Vegas
venceu o Torneio de Los Angeles no domingo, provando estar em forma. O título levou
Agassi à 11ª posição na ATP.
Agora, ele quer aproveitar o
US Open para retornar aos
"top ten". Com Agassi jogando bem, o tênis ganha espetáculo. E o público agradece.
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