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NATAÇÃO
Casos levam confederação a realizar campanha de conscientização entre atletas em torneio em São Paulo
Troféu Brasil promete cerco a doping
Rogério Assis/Folha Imagem
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O holandês Marcel Wouda, que disputa os 400 e os 200m medley no Troféu Brasil de Natação
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LUÍS CURRO
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
Marcada pela incidência de doping na última temporada, a natação brasileira usa seu mais importante evento como campanha de
conscientização sobre o uso de
substâncias proibidas.
O Troféu Brasil -denominação
do Campeonato Brasileiro de Natação- começa hoje, às 17h, com
eliminatórias de oito provas no
complexo poliesportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera,
zona sul de São Paulo.
Entre os atletas estão os brasileiros Gustavo Borges (Pinheiros),
prata em Atlanta-96 nos 200 m livre, Fernando Scherer (Flamengo), bronze nos 50 m livre, o holandês Marcel Wouda, campeão
mundial nos 400 m medley.
Em 97, durante a competição,
em outubro, em Belo Horizonte, o
teste antidoping do nadador Hugo
Duppré, 24, apresentou o uso de
nandralona (anabolizante).
Duppré, que alcançara o índice
para disputar os 100 m borboleta
no Mundial da Austrália, foi suspenso por quatro anos pela Fina
(Federação Internacional de Natação). Outros dois atletas, Eric Borges e Alexandre Lopez, da equipe
de pólo aquático, foram pegos por
doping em exame surpresa antes
do Mundial.
A CBDA (Confederação Brasileira de Natação) anuncia que durante os cinco dias de Troféu Brasil -em piscina longa (50 m)-
distribuirá a atletas e técnicos dos
clubes o regulamento da Fina sobre doping e a lista das substâncias
consideradas dopantes. Ao todo,
são prometidos 10 mil livretos a federações e clubes de todo o país.
A confederação anuncia que em
15 das 32 provas da competição
nacional haverá exames antidoping. Os critérios, segundo Coaracy Nunes, presidente CBDA, foram definidos da seguinte forma:
1) A equipe médica, comandada
por Eduardo de Rose, membro da
Fina e do COI (Comitê Olímpico
Internacional), indica qual atleta
(ou atletas) deve ir a exame;
2) Em todas as provas em que
houver recordes, haverá exame;
3) Se não houver recordes ou
atletas indicados, sorteio definirá
os que passarão pelo teste.
"O doping é fato que independe da vontade da confederação. A
preocupação com o problema é
grande. Não temos como controlar a vida dos principais atletas, de
todos os clubes e todas as academias. A alternativa é a conscientização", diz Coaracy Nunes.
Técnicos de dois clubes favoritos
à conquista do Troféu Brasil concordam que a conscientização dos
atletas é a melhor alternativa para
evitar o doping.
"Após o caso com o Duppré, a
CBDA começou a tomar mais cuidado, e os clubes também. Fizemos uma reunião com os atletas e
passamos informações sobre remédios que devem ou não ser tomados", disse Marco Lamah, 43 ,
técnico do Flamengo.
"Hoje, o atleta sabe o que é proibido, o que pode e o que não pode.
E sabe que poderá ser testado a
qualquer momento pela CBDA ou
pela Fina", afirmou Marcelo
Araújo, 32, do Fluminense.
"O doping coloca a natação em
um aspecto sombrio. Não sei se
um dia será possível estarmos livres disso", constatou o holandês
Marcel Wouda.
Com base nos resultados do Troféu Brasil, a confederação vai definir a equipe que participa da etapa
brasileira da Copa do Mundo de
natação, que será entre 20 e 22 de
novembro no Vasco, no Rio.
O ponto contraditório é a Copa
ser em piscina curta (25 m), enquanto as marcas do Troféu Brasil
são obtidas em piscina de 50 m.
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