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FUTEBOL
Time de Parreira, que fracassa no ataque em 2003, tem desafio de reverter fiasco ofensivo da última eliminatória
Seleção volta a fazer do gol um detalhe
DA REPORTAGEM LOCAL
Será o gol apenas um detalhe?
Pelo o que o técnico da seleção
brasileira, Carlos Alberto Parreira, tem mostrado antes da estréia
nas eliminatórias da Copa, contra
a Colômbia, tudo indica que sim.
O treinador que declarou antes
da Copa do Mundo de 1994 que o
gol no futebol é um ""detalhe" não
conseguiu fazer o Brasil produzir
bem ofensivamente desde que
voltou ao comando da equipe.
Neste ano, foram sete jogos. Saíram só sete gols. Um gol por jogo,
média muito inferior ao índice pífio obtido pela seleção brasileira
nas eliminatórias passadas (1,7).
A dificuldade em fazer gols, em
especial, fez os brasileiros sofrerem tanto para chegar à Copa de
2002. Em 18 partidas, a seleção nacional marcou apenas 31 vezes, 11
a menos que a rival Argentina.
Às vésperas de um novo torneio
qualificatório, os números são desanimadores. Em dois jogos neste
ano, a seleção campeã do mundo
ficou no 0 a 0 (os empates sem
gols já superaram os registrados
pelo técnico Luiz Felipe Scolari).
Em 2002, a seleção registrou até
a conquista do penta a ótima média de 3,31 gols por jogo. A bruta
queda na produção ofensiva na
volta de Parreira à seleção não incomoda até agora o treinador do
tetra. ""Ainda não me preocupei
com isso [poucos gols]. As coisas
acontecerão", disse o técnico.
No qualificatório para a Copa
de 1994, ele sofreu críticas pelo defensivismo e por custar a chamar
Romário, mas viu a seleção registrar a média de 2,5 gols por jogo, o
mesmo índice da seleção que foi
campeã na Copa do ano passado.
A solução mais óbvia para a
atual falta de gols é Ronaldo, artilheiro do último Mundial. Ele, porém, não mostra muita animação
ofensiva em seu discurso. ""Fazer
gols será difícil, principalmente
fora de casa. Mas a seleção já se
superou outras vezes", disse o
principal atacante do país, que
nunca atuou em eliminatórias.
Gol, aliás, não deveria ser problema para a seleção, pois a provável dupla de ataque formada
por Ronaldo e Ronaldinho é a
mais cara do mundo (custaram
juntos quase US$ 70 milhões).
Rivaldo e Romário foram os artilheiros do Brasil nas eliminatórias passadas. Cada um fez oito
gols. O primeiro atuou algumas
vezes como atacante para melhorar a produção ofensiva do time.
Já Romário teve chance em só três
partidas, o suficiente para ele comandar a artilharia da equipe
mesmo na condição de veterano.
Na campanha toda, foram usados mais de 20 atacantes, mas nenhum deles deslanchou.
Na Copa, Ronaldo, recuperado
de suas lesões nos joelhos, voltou
a ser a grande referência do ataque nacional e ofuscou os demais.
No treino de ontem, o atacante
do Real Madrid marcou o primeiro gol dos titulares, que venceram
apertado, de virada, por 2 a 1.
Assim, apesar do discurso das
dificuldades que a seleção vai enfrentar, provou estar mais afiado
do que Rivaldo. Ele já começou a
temporada européia balançando
as redes. Bem no Real, também
mostra mais ambição com a
""amarelinha" -fala em superar
Pelé em gols pela seleção.
Já Rivaldo segue em má fase e na
reserva do Milan. Também mostrou insatisfação por ter que jogar
as eliminatórias. Segundo ele, a
Fifa deveria manter a regra de vaga automática para o campeão.
O fato de o jogo com a Colômbia ser fora de casa deve ditar a escolha mais tímida de Parreira.
A ausência de Ronaldinho, suspenso, também contribui para a
cautela do treinador. O meia-atacante está recebendo muitos elogios na Espanha devido às suas
primeiras atuações no Barcelona,
mas ele só poderá estrear nas eliminatórias contra o Equador.
Na estréia nas eliminatórias
passadas, contra a Colômbia, fora
de casa, a seleção ficou no 0 a
0.
(RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)
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