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São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Time de Parreira, que fracassa no ataque em 2003, tem desafio de reverter fiasco ofensivo da última eliminatória

Seleção volta a fazer do gol um detalhe

DA REPORTAGEM LOCAL

Será o gol apenas um detalhe?
Pelo o que o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, tem mostrado antes da estréia nas eliminatórias da Copa, contra a Colômbia, tudo indica que sim.
O treinador que declarou antes da Copa do Mundo de 1994 que o gol no futebol é um ""detalhe" não conseguiu fazer o Brasil produzir bem ofensivamente desde que voltou ao comando da equipe.
Neste ano, foram sete jogos. Saíram só sete gols. Um gol por jogo, média muito inferior ao índice pífio obtido pela seleção brasileira nas eliminatórias passadas (1,7).
A dificuldade em fazer gols, em especial, fez os brasileiros sofrerem tanto para chegar à Copa de 2002. Em 18 partidas, a seleção nacional marcou apenas 31 vezes, 11 a menos que a rival Argentina.
Às vésperas de um novo torneio qualificatório, os números são desanimadores. Em dois jogos neste ano, a seleção campeã do mundo ficou no 0 a 0 (os empates sem gols já superaram os registrados pelo técnico Luiz Felipe Scolari).
Em 2002, a seleção registrou até a conquista do penta a ótima média de 3,31 gols por jogo. A bruta queda na produção ofensiva na volta de Parreira à seleção não incomoda até agora o treinador do tetra. ""Ainda não me preocupei com isso [poucos gols]. As coisas acontecerão", disse o técnico.
No qualificatório para a Copa de 1994, ele sofreu críticas pelo defensivismo e por custar a chamar Romário, mas viu a seleção registrar a média de 2,5 gols por jogo, o mesmo índice da seleção que foi campeã na Copa do ano passado.
A solução mais óbvia para a atual falta de gols é Ronaldo, artilheiro do último Mundial. Ele, porém, não mostra muita animação ofensiva em seu discurso. ""Fazer gols será difícil, principalmente fora de casa. Mas a seleção já se superou outras vezes", disse o principal atacante do país, que nunca atuou em eliminatórias.
Gol, aliás, não deveria ser problema para a seleção, pois a provável dupla de ataque formada por Ronaldo e Ronaldinho é a mais cara do mundo (custaram juntos quase US$ 70 milhões).
Rivaldo e Romário foram os artilheiros do Brasil nas eliminatórias passadas. Cada um fez oito gols. O primeiro atuou algumas vezes como atacante para melhorar a produção ofensiva do time. Já Romário teve chance em só três partidas, o suficiente para ele comandar a artilharia da equipe mesmo na condição de veterano.
Na campanha toda, foram usados mais de 20 atacantes, mas nenhum deles deslanchou.
Na Copa, Ronaldo, recuperado de suas lesões nos joelhos, voltou a ser a grande referência do ataque nacional e ofuscou os demais.
No treino de ontem, o atacante do Real Madrid marcou o primeiro gol dos titulares, que venceram apertado, de virada, por 2 a 1.
Assim, apesar do discurso das dificuldades que a seleção vai enfrentar, provou estar mais afiado do que Rivaldo. Ele já começou a temporada européia balançando as redes. Bem no Real, também mostra mais ambição com a ""amarelinha" -fala em superar Pelé em gols pela seleção.
Já Rivaldo segue em má fase e na reserva do Milan. Também mostrou insatisfação por ter que jogar as eliminatórias. Segundo ele, a Fifa deveria manter a regra de vaga automática para o campeão.
O fato de o jogo com a Colômbia ser fora de casa deve ditar a escolha mais tímida de Parreira.
A ausência de Ronaldinho, suspenso, também contribui para a cautela do treinador. O meia-atacante está recebendo muitos elogios na Espanha devido às suas primeiras atuações no Barcelona, mas ele só poderá estrear nas eliminatórias contra o Equador.
Na estréia nas eliminatórias passadas, contra a Colômbia, fora de casa, a seleção ficou no 0 a 0. (RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


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