RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Normalmente , assim que acaba uma Olimpíada o mundo esportivo já se volta para a Copa. Países que cultivam o sonho do inédito ouro olímpico no futebol (não é mais o caso da Argentina) voltam então todas as atenções para o Mundial, que está ainda dois anos na frente.
O Brasil não vai parar hoje por causa de seu desafio nas eliminatórias. É só mais um jogo de uma extensa e pouco ameaçadora disputa qualificatória (contra a Bolívia em casa, o que permite a escalação de um time misto). Mas o planeta, inclusive o Brasil, começa a respirar de fato a Copa com o início para valer das eliminatórias européias. A disputa, na verdade, já começou, porém em meio aos Jogos de Atenas e com partidas de pouco peso, relevância.
Exceção feita à Alemanha, único país já classificado (esqueça as várias brincadeiras com deuses e presentes gregos e comece a pensar nas que serão ""criadas" com os alemães), as seleções que interessam mesmo estarão em campo lutando pela Taça Fifa entre ontem e a próxima quarta-feira.
No futebol, assim como em muitas modalidades, Mundial só parece Mundial quando a nata da Europa entra de cabeça na disputa. Como escrevo a coluna na sexta-feira, não sei como Felipão e Portugal se saíram diante da Letônia fora de casa. Nem como a Itália de Marcello Lippi estreou contra a Noruega. Será que a França pós-Zidane desandou contra Israel, que já complicou para os franceses na corrida pela Copa-94? Mais que saber resultados, será legal ver como a elite da bola se comportará após a bacana e surpreendente Eurocopa.
A Holanda de Van Basten, que precisa atacar até por contrato, larga ""só" contra a República Tcheca, com quem fez duelo sensacional em território português há algumas semanas. A história pode e deve ser bem diferente agora, mas o jogo promete tanta emoção quanto a daquele 3 a 2.
Quer outro jogo imperdível na quarta-feira? Grécia, sensação da Euro, pega a Turquia, a zebra da Copa? Como bem sabemos, não dá para vacilar nas eliminatórias européias, competição que, apesar de levar um bom tempo, é de tiro curto (muita coisa em jogo em poucos duelos cruciais). Os ingleses visitam logo de cara austríacos e poloneses e, mês que vem, terão o Azerbaijão de Carlos Alberto Torres (!). A Croácia vê nesses primeiros dias Hungria e Suécia. A nova Espanha recomeça tudo fora de casa contra a Bósnia-Herzegóvina. Já temos um Dinamarca x Ucrânia. Começou!!
Outros continentes, além da América do Sul, também já abriram suas corridas pelo Mundial, mas nada que merecesse muito destaque. Passado tudo a limpo, uma grande surpresa, uma grande notícia: as Ilhas Salomão, que podem incrivelmente barrar a Austrália e disputar a repescagem contra o quinto sul-americano.
A África tem hoje os interessantes Egito x Camarões e Mali x Senegal. Ásia e Concacaf curtem seus Índia x Japão (Zico) e Costa Rica x Canadá. Mesmo com muita gente já eliminada, a Copa largou. Nada de descanso para a TV, a poltrona e tudo mais que ""quebrou um galho" na Olimpíada.

Mundial interativo
Agora, você pode ser campeão do mundo reconhecido pela Fifa. Na quarta-feira, será dada a largada para um Mundial, com logotipo e tudo mais, aberto a pessoas (não seleções ou clubes). É a Copa para jogadores do game da Fifa versão 2005, com eliminatórias e final na Suíça. O campeão é premiado ao lado do melhor atleta de verdade do ano. É uma jogada comercial. Mas algum Mundial da Fifa não é?

Mundial de futsal
Hoje, o sorteio dos grupos. Em novembro, a disputa em Taiwan.

Mundial feminino
Para a CBF, mais fácil até do que criar uma liga feminina seria garantir um Mundial para as garotas no Brasil (ainda antes da Copa-2014).

E-mail - rbueno@folhasp.com.br

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