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Teorias de rivais que na prática podem ser outras
JUCA KFOURI
Colunista da Folha
Dois grandes clássicos nacionais
movimentam o domingo, dia de
futebol. O Vasco recebe o Galo, e o
Palmeiras recebe o Cruzeiro.
Vasco, que ainda está longe de
ser o grande time do ano passado,
e Galo, que começa a dar fortes sinais de reorganização.
Palmeiras, que ainda não é
nem sombra do time competitivo
do primeiro semestre, e Cruzeiro,
que recupera a toada de equipe
de chegada.
São dois jogos sem favoritos,
apesar de São Januário e do Parque Antarctica. E o Palmeiras
merece um comentário separado.
O publicitário Washington Oliveto é corintiano e tem uma incrível capacidade para criar teorias
sobre tudo. Em regra, as sobre o
Corinthians são positivas, e as sobre os rivais, sempre negativas.
Quando se trata do Palmeiras
então...
Pois Oliveto garante que o campeão da Libertadores está sofrendo do que ele chama de ""síndrome do cangote", alusão à embaixada de Edílson na decisão do
Paulista. ""Aquela bola na nuca
acabou com eles", imagina.
Para ele, o molecagem de Edílson pôs a nu a fragilidade alviverde, que, desde então, nunca mais
foi o mesmo.
Que não foi, de fato, não foi, embora haja outras teorias, como a
da ""maldição da Libertadores",
que também teria acometido o
Vasco, o Cruzeiro e o Grêmio.
Mas Oliveto garante que o caso
palmeirense é mais sério, pois revelaria uma crise de auto-estima
desde que o capeta corintiano
mostrou que não tinha o menor
respeito -nem mesmo pela recente façanha de quem tinha ganhado o troféu que os dois clubes
tanto ambicionavam.
Pois o Palmeiras tem hoje a
oportunidade ideal para marcar o
recomeço de sua trajetória e a recuperação da confiança abalada.
Vencer o Cruzeiro, o invicto que
sobrou ao lado do Vasco, melhora
qualquer ambiente.
O sociólogo Jorge Santana é cruzeirense e nem quer ouvir falar da
possibilidade de derrota hoje. Ele
aposta que na quarta-feira que
vem, diante do Corinthians, seu
time assume a liderança.
Mas também arrisca seus palpites sobre os rivais, principalmente
quando são alvinegros, como o
Galo, o Corinthians e o Botafogo.
Sobre o último, comentou na
quinta-feira passada. ""O Botafogo anda tão azarado que quando
ganha não é ele, é o outro", em
alusão à vitória do homônimo de
Ribeirão Preto diante do Grêmio.
E não tem a menor dúvida de
que o Vasco papará o Galo.
Rivalidades tratadas desse modo são sempre saudáveis.
Na última quinta-feira, por
exemplo, a cidade de São Paulo
estava dividida. Metade cabisbaixa e a outra rubro-negra.
Nunca jamais viu-se tanto rubro-negro assim na Paulicéia, e
Oliveto, que tinha reunião marcada no Rio de Janeiro, preferiu ir
para bem longe, para os Estados
Unidos, onde futebol é coisa de
mulher.
Aonde irá Jorge Santana, que
está escrevendo um livro sobre o
Cruzeiro, amanhã?
Não se pode deixar de constatar
que são criativas as duas fórmulas
achadas para escolher o quarto
representante brasileiro na Libertadores do ano 2000 -emergencial- e daí por diante. Mesmo
que a fórmula definitiva contrarie
a opinião desta coluna, pois os
campeonatos estaduais de São
Paulo e do Rio ganharam um oxigênio que não resolve o calendário de nosso futebol.
Juca Kfouri escreve aos domingos, às terças
e às sextas-feiras
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