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Violento, Brasileiro reduz cartões
da Reportagem Local
O atual Campeonato Brasileiro,
o mais violento dos últimos 14
anos, período em que o Datafolha
tem levantado as estatísticas da
competição, é o terceiro menos
punido com cartões vermelhos
nesta década.
Nos 80 jogos desta edição, não
computada a rodada de ontem,
apenas 35 jogadores foram expulsos -média de 0,44 cartão vermelho por partida.
Em 1996, por exemplo, a taxa de
expulsões em cada confronto do
principal torneio do país ficou em
0,85 por partida -índice quase
100% maior do que a registrada
nesta edição.
A brutal queda nas punições
acontece mesmo com o recorde
de faltas cometidas -57,6 por
partida neste ano, a média mais
alta desde 1986.
Na partida entre Ponte Preta e
Guarani, aconteceram 105 infrações, o recorde dos mais de 2.500
jogos analisados pelo instituto em
55 competições diferentes.
"Os juízes não expulsam os jogadores por entradas violentas.
Em compensação, mostram o
vermelho quando os jogadores
reclamam", diz Luiz Felipe Scolari, técnico do Palmeiras.
"Carrinho não pode existir no
futebol, quando acontecer, o jogador tem que levar o vermelho.
Para mim, só goleiro pode jogar
deitado em campo", diz Zagallo,
treinador da Lusa.
A arbitragem do Brasileiro é
ainda menos rigorosa com as
equipes mais violentas do torneio.
A Ponte Preta, time mais faltoso
da competição -média de 37,7
faltas por jogo-, teve apenas um
jogador advertido com o cartão
vermelho nas sete partidas iniciais de sua campanha.
A arbitragem pune com a mesma intensidade times com médias de faltas bem diferentes.
O Corinthians, média de 25,9
faltas por jogo, teve um jogador
expulso no torneio, a mesma
marca do Santos (antes do jogo de
ontem contra o Sport), que comete 34 infrações por partida.
Em alguns casos, a falta de rigor
acontece até com árbitros que ganharam fama de rigorosos.
O "famoso" jogo da Ponte Preta
contra o Guarani, por exemplo,
não teve nenhum jogador expulso
pelo juiz Paulo César de Oliveira,
que só em um jogo entre Palmeiras e São Paulo pelo último Campeonato Paulista distribuiu quatro cartões vermelhos.
A primeira tentativa para aumentar as punições no Brasileiro
foi barrada pelos próprios clubes.
Eles rejeitaram a proposta de diminuir o número de amarelos para uma suspensão automática.
No atual campeonato, pela primeira vez na história, os jogadores só são suspensos depois de
cinco cartões.
Até o ano passado, apenas três
cartões amarelos eram necessários para uma suspensão.
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