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DOPING
Mesmo com política de controle ainda incipiente nas confederações, país já detectou 11 resultados positivos neste ano
Sem rigor, Brasil assiste a boom de casos
ADALBERTO LEISTER FILHO
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com uma política antidoping incipiente na maioria das
confederações olímpicas, o Brasil
registra um significativo aumento
dos casos positivos neste ano.
Sem contar o futebol, mais estruturado e com verba para realizar exames periódicos, nunca o
esporte nacional detectou tantos
exames positivos como em 2002.
Com os casos dos fundistas Luciene Soares de Deus, 32, e Ramiro Nogueira Filho, 25, divulgados
anteontem pela CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), já
são 11 resultados positivos de brasileiros testados apenas em 2002.
O exame de Nogueira também é
o primeiro caso confirmado de
EPO (eritropoietina) no país. A
substância estimula a produção
de glóbulos vermelhos, o que melhora a oxigenação sanguínea.
Para efeito de comparação, no
ano passado houve só um caso, o
da meio-fundista Fabiane dos
Santos, que aguarda julgamento.
Em 2000, o único exame positivo havia sido o do velocista Sanderlei Parrela, que foi inocentado
pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo).
"Não existe mistério: é só aumentar o número de testes que
encontraremos mais casos", diz
Eduardo de Rose, responsável pelos controles antidoping do COB
(Comitê Olímpico Brasileiro).
Para De Rose, o aumento de casos se deve, em parte, à realização
dos Jogos Sul-Americanos no
Brasil. "Com a competição, foi espalhado esse controle a esportes
que não estão habituados a fazê-lo, como judô e triatlo", afirma.
Os Jogos tiveram três casos envolvendo brasileiros: João Derly
(judô), Mariana Ohata (triatlo) e
Eliane Pereira (atletismo).
Explicação semelhante teve a alta incidência de testes positivos na
Volta do Rio, em abril. A UCI
(União Ciclística Internacional)
exigiu a realização de antidoping,
já que a competição valia pontos
para o ranking mundial. Cinco
casos foram detectados, inclusive
o de Daniel Rogelin, que havia sido campeão e perdeu o título.
"Como não costumávamos realizar exames, talvez os atletas não
tivessem consciência da importância do controle antidoping",
afirma José Luiz Vasconcellos, vice-presidente da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo).
A situação mudou na Volta de
Santa Catarina, encerrada no mês
passado. Na ocasião, foram feitos
32 testes -nenhum deu positivo.
O último caso no Brasil -ainda
não oficializado pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete)
- foi o do pivô Rafael Araújo, o
Baby, que defendeu a seleção no
Mundial de Indianápolis.
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