São Paulo, sexta-feira, 05 de outubro de 2007

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Itália quer Jaqueline 9 meses fora

Procuradores do comitê olímpico dizem que a atleta foi responsável pelo doping; caso irá a julgamento

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

A ponteira Jaqueline, 23, corre o risco de só voltar às quadras em abril, a quatro meses da Olimpíada de Pequim. Suspensa após teste antidoping positivo na Itália, a atleta pode ser punida por até nove meses.
Esse foi o prazo da pena recomendada, ontem, pelo Escritório Antidoping do Coni (Comitê Olímpico Italiano) ao juiz de última instância da entidade.
Ainda não há data para a audiência que irá determinar a decisão final do Coni.
O pedido de suspensão por nove meses foi feito por dois procuradores do Escritório Antidoping do Coni. Segundo o site da entidade, houve "reconhecimento da responsabilidade da atleta na violação [doping]". Por isso, "a conseqüente aplicação da sanção pelo período de nove meses".
Mesmo que a punição seja reduzida, a jogadora está fora da Copa do Mundo, de 2 a 16 de novembro, que vale três vagas olímpicas em Pequim-2008.
Nesta semana, o técnico José Roberto Guimarães divulgou uma lista de pré-convocadas, com 19 nomes, entre eles o da ponteira. A definição das 12 atletas que irão disputar a Copa sairá em duas semanas, quando o time viajará para o Japão, segundo a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei).
Como não há data para a análise derradeira do Coni -e o caso seguirá, ainda, para a Federação Italiana de Vôlei, que referendará ou não o veredicto do comitê olímpico-, é pouco provável que tudo seja concluído em até duas semanas.
Jaqueline está na Itália. Segundo seu empresário, Jorge Assef, a expectativa era pela pena de três meses, que já teria sido cumprida. Nesse caso, conta Assef, a jogadora iria à sede do Coni, em Roma, afirmar que acataria a decisão e, portanto, não haveria a audiência final.
Como a suspensão pedida pelos procuradores foi maior do que a esperada, a atleta não acatou e decidiu aguardar o julgamento em última instância.
Ontem, segundo Assef, Jaqueline se reuniu com seu advogado, Eugenio Gollini. A jogadora não foi localizada pela reportagem. O empresário diz que ela irá permanecer na Itália até o desfecho do caso. À tarde, no horário brasileiro, a atleta acompanharia o jogo do namorado, o ponta Murilo, da seleção, pelo Campeonato Italiano.
"Não esperávamos uma punição assim. Contávamos com a pena mínima [três meses]. Falei com o Zé Roberto [técnico da seleção] na terça-feira, antes de ele ir para a Itália, e ele disse que conta com a Jaqueline, que queria vê-la jogando até o fim do ano", afirmou Assef.
O empresário disse que Zé Roberto e Jaqueline conversaram ontem, por telefone. A reportagem não localizou o treinador. "Ela está muito angustiada. Não vê a hora de resolver essa situação", declarou Assef.
O teste que deu positivo foi feito em 10 de junho, nas finais do Campeonato Italiano, e apontou sibutramina, estimulante contido em remédios de emagrecer. Jaqueline, à época no Jesi, foi suspensa preventivamente por dois meses.


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