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OPINIÃO
Time não foi ético e, mesmo se vencer, vai ficar marcado
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Ficou complicado para o
Brasil no Mundial de vôlei. O
time sofreu para bater a República Tcheca e certamente
vai ouvir comentários do tipo: não escolheu rival? Tinha
que ganhar mesmo. Ah!
Cornetada: o jogo ficou
complicado porque Leandro
Vissotto não desempenhou
bem a sua principal função,
pôr a bola no chão. O Théo
entrou como titular no quarto set e resolveu. Bernardinho demorou para mudar.
Também tinha a questão
emocional. O time estava sob
pressão enorme. O inferno
começou no sábado: quem
viu o jogo com a Bulgária sabe que foi uma vergonha ver
dois times querendo perder.
E por quê? O vencedor cairia na chave de Cuba. O perdedor teria rivais mais fáceis.
Falha também do regulamento, que permite que perder seja mais vantajoso.
Não dá para criticar a escalação de Bernardinho. O Brasil jogou sem levantador. Um
atacante, Théo, ficou encarregado dessa função. Aí já
complicou tudo, né? Mas, se
você tivesse só um levantador, o colocaria em um jogo
que não é importante ou o
pouparia? Bruno jogou as
duas primeiras fases sem reserva. Marlon estava doente.
O problema é que o time
que foi enfrentar a Bulgária,
com reservas, não estava disposto a ganhar. Aí, sim, dá
para criticar a seleção. Não
foi ético. É a velha lógica de
que os fins justificam os
meios. A torcida vaiou.
Agora, o Brasil vai carregar
a marca de que fugiu de Cuba
e de que contraria a grandeza
de um time com tantos títulos. Mesmo se for campeão,
pode ter o título questionado.
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